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Mãe alega que escola no AC recusou matricular o filho autista: ‘Foi uma dor horrível para mim’

Empresária diz que secretária confirmou várias vezes que tinha vaga, mas após saber que menino era autista, foi falar com coordenadora e voltou dizendo que não tinha mais vaga. Caso foi levado ao Ministério Público do estado.


A empresária Jamila Roysal, mãe de um menino com autismo severo, de 8 anos, denunciou ter sido impedida de matricular o filho em uma escola particular em Rio Branco. Segundo ela, a secretária confirmou várias vezes que tinha vaga, mas, após saber que menino era autista, foi falar com coordenadora e voltou dizendo que não tinha mais vaga.


Após não conseguir efetivar a matrícula do pequeno Luiz Henrique Roysal Lima, ela, que tem mais de 14 mil seguidores nas redes sociais, fez um desabafo em sua conta e o caso movimentou a internet esta semana.


A denúncia foi parar no Ministério Público na última quarta-feira (23). A empresária pediu que o nome da escola não fosse divulgado.


“Quem nos vê na rua nem imagina o quão difícil foi e ainda é até hoje nossa jornada com diagnóstico de autismo. E eu nem falo só do diagnóstico, que é duro de receber, e de superar, se é que uma mãe supera de verdade ou só decidi lutar. Sabe o que é o mais difícil? O preconceito, as pessoas. Eu ainda estou com nó na garganta desde de o último episódio e um dos mais agressivo que tivemos”, relatou ela na postagem.



Após não conseguir efetivar a matrícula, mãe fez desabafo em sua rede social — Foto: Reprodução


Vagas sumiram em minutos


A empresária contou ao g1 que foi até a escola, que fica perto da casa dela, no último dia 9 e que perguntou se tinha vaga para este ano letivo e foi informada que sim. A secretária ainda teria informado que tinha vagas tanto para o período da manhã como da tarde.


“Quando uma mãe de criança especial vai procurar escola, a primeira coisa que pergunta é se tem vaga. Cheguei na portaria, perguntei se tinha vaga para a 1ª série e ela disse que sim. Ainda perguntei se tinha vaga nos dois horários e ela afirmou que tinha. Mais perto de finalizar a conversa, ela já tinha me dado desconto para eu fazer a matrícula, estava toda animada e aí baixei a máscara para enxugar o suor e ela me reconheceu do Instagram. E então ela disse ‘mas, seu bebê é especial, né? Então vou ter que falar com a coordenadora’”, contou.


Até aí, a empresária disse que estava tudo bem, uma vez que é habitual ser apresentado ao coordenador da escola quando se diz que tem filho especial. Mas, após alguns minutos, a secretária voltou e disse que estava equivocada, que o sistema estava desatualizado e que não tinha vaga.


“Nesse momento, eu cai em prantos. Eu sempre brigo pelos direitos dele, mas nessa hora não tive muita ação e comecei a chorar muito. Pedi que ela não fizesse isso comigo, que tinha acabado de dizer que tinha três vagas. E ela disse que não podia fazer nada”


O pequeno Luiz Henrique já estudou tanto em escola pública como privada, mas com a chegada da pandemia, a mãe disse que teve tirar ele, porque o menino não conseguia acompanhar as aulas remotas. Após o caso de discriminação, ela disse que não foi procurada pela escola e que visitou outras instituições, mas que ainda não decidiu onde vai matriculá-lo.


“Foi uma dor horrível para mim, disse que era um crime, que não podiam fazer isso. Fui embora, passando muito mal, estacionei na esquina e fui vomitar. E quando olhei, a coordenadora fez um gesto como se fosse pra eu voltar, mas não voltei”, disse.


MP comentou postagem


Com a repercussão do caso, o Ministério Público do Acre chegou a comentar na postagem de Jamila dizendo que qualquer criança, adolescente ou adulto, tendo ou não deficiência, tem direito de estudar em escolas regulares, públicas ou provadas, recendo o atendimento pedagógico de que necessite.


O órgão orientou ainda que casos como esse devem ser denunciados ao MP-AC para que seja feita investigação e as devidas medidas sejam tomadas. A empresária disse que formalizou a denúncia no MP e que ainda está decidindo se vai levar o caso ao judiciário.


“Ninguém pode recusar matrícula a uma pessoa com deficiência em razão da deficiência, e tal atitude discriminatória pode configurar crime, além de ensejar ação civil criminal. Qualquer pessoa que se sentir prejudicada em razão desse tipo de discriminação deve procurar o Ministério Público do Estado do Acre”, diz o órgão.


Fonte: G1ACRE


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