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Secretário de Polícia Civil diz que vítimas de execuções não denunciam que estão sendo ameaçadas

Carlos Flávio Portela afirmou que onda de violência é guerra de organizações criminosas por disputa de território. Secretário fez declarações em entrevista ao Bom Dia Amazônia.

Após um final de semana violento no Acre com o registro de 11 mortes entre a sexta-feira (2) e o sábado (3), o secretário de Polícia Civil do estado, Carlos Flávio Portela, comentou sobre a onda de violência. Em entrevista ao Jornal Bom Dia Amazônia desta segunda-feira (5), Portela afirmou que a maioria das vítimas das execuções não denuncia que está sendo ameaçada.


O secretário disse ainda que, apesar das vítimas estarem, em sua maioria, sendo ameaçadas antes de serem mortas, elas não procuram uma delegacia para informar o caso. Segundo ele, a justificativa para isso seria que a maior parte dos casos envolvem indivíduos com passagem pela polícia e que também estão envolvidos em outros crimes.


“Geralmente essas vítimas não registram previamente que estão sendo ameaçadas, muito embora, as vezes, já estejam sendo. Um membro de uma organização criminosa não vai em uma delegacia denunciar que está sendo ameaçado por ter praticado algum outro crime em desfavor da outra parte”, afirmou o secretário.


Sobre os casos, Portela voltou a falar que trata-se de uma guerra entre organizações criminosas que atuam no estado. “Essa onda de violência é, sobretudo, uma guerra que há entre as organizações criminosas para uma disputa de território. As fronteiras abertas também tem causado um pouco de transtorno”, disse.


O secretário falou ainda sobre a contratação de 250 novos policiais militares e outros 250 policiais civis para compor o quadro da segurança pública. De acordo com ele, o número é “suficiente” para reforçar o trabalho e garantir a segurança da população acreana.


“Essa quantidade de novos policiais é suficiente, sim. Não foram números aleatórios, foram estudadas as necessidades de cada instituição para saber quantos homens seriam necessários. Nossos policiais são muito produtivos e acreditamos que com esse número, vamos conseguir dar conta do recado”, concluiu Portela.


Rafaella Santos (à esquerda), Luana Aragão (à direita) e Renan Barbosa morreram atingidos por tiros (Foto: Reprodução/Facebook)

Rafaella Santos (à esquerda), Luana Aragão (à direita) e Renan Barbosa morreram atingidos por tiros (Foto: Reprodução/Facebook)


Mortes no Acre

Um final de semana marcado por violência, homicídios, acidente de trânsito e até confronto entre polícia e criminosos. Entre a sexta-feira (2) e o sábado (3), o Acre registrou 11 mortes violentas na capital acreana e no interior.


Ao todo, o Instituto Médico Legal (IML) registrou a entrada de 14 corpos, porém, um deles foi vítima de suicídio, e outro não teve a morte definida. Houve ainda um acidente de trânsito e a vítima foi identificada como Rosileudo Flores de Lima.


Apenas na sexta (2), sete pessoas foram assassinadas a tiros em Rio Branco. A violência começou ainda na madrugada, quando Romário Silva do Nascimento, de 25 anos, teve a casa invadida, no bairro Defesa Civil, e foi morto com ao menos três tiros.


Em seguida, no bairro Jequitibá, duas mortes foram registradas também na madrugada. As vítimas foram identificadas como José Ricardo Souza Batista Júnior, de 26 anos, e Samuel de Oliveira, de 18. No bairro, testemunhas relataram à polícia que ouviram a movimentação de carros e, logo em seguida, os disparos.


O detento Mossiene Damasceno Lima, de 34 anos, que cumpria pena no regime semiaberto, foi outra vítima da violência. A polícia informou que Lima já tinha sofrido ameaças. Na ação, três carros e uma moto foram incendiados por detentos.


Já no período da noite, quatro jovens participavam de uma festa quando um homem chegou e atirou. As vítimas foram socorridas, mas Luana Aragão, de 21 anos, Rafaella Santos, de 17, e Renan Barbosa, de 20 anos, morreram durante atendimento médico. A quarta vítima, Cleiciane Rodrigues, de 19 anos, ficou internada e recebeu alta no domingo (4).


A onda de violência continuou no sábado. Rugleson Silva e Silva, de 23 anos, teria entrado em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e acabou morto com um tiro na região do tórax. A ação ocorreu na Rua Sucupira, Vila Betel, na capital acreana. A assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Acre (Sesp) informou que o homem atirou contra os policiais.


No interior também teve registro de assassinato. Adeilson da Silva foi encontrado morto com um tiro na cabeça na tarde de sábado. O corpo estava no Ramal da Alcoobras, próximo ao município de Capixaba. A vítima seria moradora da capital acreana e ainda chegou a ser socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu ainda no local do crime.


Os assassinatos seguiram durante a noite de sábado. Dessa vez, os crimes ocorreram na Rua Campo Novo, no Residencial Rosalinda. Uma das vítimas, segundo a Polícia Militar (PM-AC), foi Deigison Borges de Souza, de 22 anos, que morreu no local. O outro atingido foi o adolescente Keven Xavier de Lima, de 17 anos, que foi encaminhado ao Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), mas morreu durante uma cirurgia.


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