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Com sonho de construir casa e voltar a estudar, jovem decide virar roçador após perder dois empregos

Jonas Santos mora em Cruzeiro do Sul e diz que nunca pensou em entrar para o crime: ‘nunca foi uma opção’. Ele estudou até a 5ª série e sonhar em terminar estudos.


Eu não sou estudado e não tava conseguindo emprego. Tinha que se virar pra comer, então eu decidi roçar”. A frase é dita de forma humilde pelo jovem Jonas Santos, de 26 anos. Ele, como milhões de brasileiros, se viu sem oportunidade após perder dois empregos.


Morando na segunda maior cidade do estado, Cruzeiro do Sul, Santos não soube muito bem o que fazer quando perdeu os dois empregos em pouco mais de um ano. Sem saber o que faria, ele resolver comprar uma roçadeira e usar uma bicicleta para divulgar o trabalho.


O objetivo é conseguir terminar os estudos, já que conseguiu fazer somente até a 5ª série. E também pretende construir a casa própria.


Ele postou o anúncio do trabalho em uma rede social e a história acabou viralizando. Em 2013 ele foi demitido da empresa em que trabalhava e em 2014 a empresa que o havia contratado como ajudante de pedreiro acabou falindo.


“Eu não sabia o que ia ser da minha vida. Em tão pouco tempo, perdi dois empregos e emprego é algo muito difícil de conseguir, então comecei a me desesperar”, relembra.


Com o pouco estudo, ele conta que chegou a peregrinar pela cidade deixando currículos, mas nada aparecia. Até que teve a ideia de comprar uma bicicleta e uma roçadeira para trabalhar de porta em porta.


Na bicicleta, ele faz sua propaganda. Coloca o nome e telefone e roda a cidade no interior do Acre  (Foto: Anny Barbosa/G1)

Na bicicleta, ele faz sua propaganda. Coloca o nome e telefone e roda a cidade no interior do Acre (Foto: Anny Barbosa/G1)


E com sua bike, que ele divulga o trabalho. Em uma placa afixada na bicicleta, ele coloca o nome pelo qual é conhecido: Jonas Play, o número de contato e a frase bíblica: “Deus é fiel”.


“No início foi bem difícil, não conseguia clientes, mas com o tempo as coisas foram melhorando”, afirma.


Santos trabalha há 3 anos roçando quintais em bairros da cidade. Durante todo o dia, apesar do trabalho cansativo e de muitas vezes não ter o que comer, ele garante que o crime nunca foi cogitado.


Isso porque tem sido cada vez mais frequente a participação de jovens que acabam entrando no crime.


“O crime não era uma opção pra mim. Eu não ia conseguir dormir sabendo que fiz algo contra alguém ou que peguei as coisas dos outros. Isso não se faz”, afirma.


Com o tempo, Santos acabou ganhando clientes. Entre eles, o vendedor Francisco Virgínio, de 37 anos, que já é cliente de Jonas Play há 3 anos. O vendedor diz que ele ganhou a confiança da família e acabou se tornando o roçador oficial da casa.


“Tem 3 anos que é ele. Às vezes não tem nem vaga, mas eu espero pra ele ir. É um rapaz que confio de entrar na minha casa. Ele tinha tudo pra ir pro crime, mas não foi e merece uma chance”, diz.


Em um mês, ele roça uma média de 20 terrenos. O preço varia de R$ 15 a R$ 50, dependendo do tamanho do terreno e ele diz faturar cerca de R$ 800, dinheiro esse que é investido no maior sonho de Santos, que é a casa própria.


“É o sonho da minha vida. Ter minha casinha, trabalhar honestamente e voltar a estudar. Não preciso de riqueza pra ser feliz só de vontade e eu tenho”, finaliza.


Jonas quer construir a casa própria, por isso, os R$ 800 que ganha por mês investe no seu sonho  (Foto: Anny Barbosa/G1)

Jonas quer construir a casa própria, por isso, os R$ 800 que ganha por mês investe no seu sonho (Foto: Anny Barbosa/G1)


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