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Depois dos 40 anos, mulher aprende a pintar e vira parceira de trabalho do namorado em Rio Branco

‘Não me vejo mais fazendo outra coisa’, diz. Antes Luzia trabalhava como cuidadora de idosos.


Brinco que do portão pra fora, ele é meu patrão e manda em mim. Mas, do portão pra dentro, quem manda sou eu”. Bem humorada, é assim que Luzia Bezerra, de 44 anos, define sua parceria profissional ao lado do namorado, o pintor Eliudo Campos de Lima, de 41.


Há pouco mais de um ano, ela percebeu que tinha facilidade para pintar de casas. Namorando com um pintor há quase cinco anos, ela pediu que ele ensinasse a profissão e os dois hoje se sustentam pintando casas em Rio Branco.


Juntos há quase cinco anos, Lima também percebeu a habilidade de Luzia com a profissão.


“Um dia eu precisava pintar as portas da minha casa e pedi que ele me desse as coordenadas. E, enquanto pintava, me surpreendi porque tive uma facilidade muito grande nesse trabalho. E agora eu amo fazer isso. Brincar com a arte de pintar é uma satisfação para mim, além de ser o sustento da minha casa. Eu amo fazer isso e nem eu sabia que tinha esse talento”, revela.


Luzia conta que chegou a sofrer preconceito, mas hoje é respeitada na área  (Foto: Luzia Bezerra/Arquivo pessoal )

Luzia conta que chegou a sofrer preconceito, mas hoje é respeitada na área (Foto: Luzia Bezerra/Arquivo pessoal )


Preconceito

Antes ela trabalhava como cuidadora de idosos, mas garante que hoje em dia não pensa em fazer outra coisa. Sobre o preconceito na profissão, ela diz que algumas pessoas mostram estranhamento à primeira vista, mas nada que não possa ser revertido ao fim do trabalho.


“Já ouvi comentários preconceituosos, sim. Na primeira vez que acompanhei ele na pintura de uma obra, o dono chegou e questionou a ele se ter uma mulher como ajudante era uma boa ideia. Me intrometi e disse que era uma boa ideia, sim, porque eu estava sob a supervisão do Eliudo, que é um ótimo profissional”, conta.


Quando o assunto é capricho, Luzia também não economiza. Ela conta que ao terminar de pintar um ambiente faz questão de entregá-lo todo limpo para o cliente. “Teve um quarto de uma senhora que fomos pintar e no final dei uma ‘geral’ e deixei um buquê de rosas. Brinco que é o meu toque feminino em meio à obra. Deixo tudo no capricho”, garante.


Mulher aprendeu a pintar com o namorado e hoje trabalha ao lado dele  (Foto: Luazia Bezerra/Arquivo pessoal )

Mulher aprendeu a pintar com o namorado e hoje trabalha ao lado dele (Foto: Luazia Bezerra/Arquivo pessoal )


A renda mensal dos dois varia conforme os trabalhos que conseguem. Em período chuvoso, ela conta que é mais difícil conseguir pinturas. Sobre seu trabalho, ela diz que pretende cada vez mais se aprimorar.


“Sou detalhista. E trabalhar com meu namorado é muito bom. Ele é meu patrão, mas a gente se diverte, conversa e brinca. Pintar é minha paixão, não me vejo mais fazendo outra coisa. Se eu pudesse, pintava uma casa todo dia e não faltaria nunca trabalho”, diz.


‘Acham curioso’

Há mais de 20 anos, Eliudo Lima aprendeu a pintar com amigos. Ele os acompanhava nos serviços e tirava as dúvidas perguntando e ‘metendo a cara’ para fazer. Foi dessa mesma forma que resolveu também ajudar Luzia a ter habilidade naquilo que estava se propondo a fazer.


Ele conta que estudou até o primeiro ano do ensino médio e não pretende voltar a estudar, apenas se qualificar como pintor.


“Eu vi que ela levava o jeito quando ela precisou pintar as portas da casa dela e vi que só com instruções conseguiu fazer o trabalho direito. As pessoas quando veem, acabam achando curioso e interessante. Isso é legal e diferente, mas a verdade é que hoje a gente vive através desse nosso trabalho”, finaliza.


Há mais de um ano, Luzia decidiu fazer parceria com o namorado  (Foto: Luzia Bezerra/Arquivo pessoal)

Há mais de um ano, Luzia decidiu fazer parceria com o namorado (Foto: Luzia Bezerra/Arquivo pessoal)


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