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Sindicância na Aleac conclui que 25% das mortes em maternidade poderiam ter sido evitadas

Mães ouvidas foram atendidas na maternidade entre junho de 2015 e junho de 2016. Das 15 mortes investigadas, quatro foram consideradas ‘evitáveis’, segundo relatório.

A comissão Parlamentar de Sindicância da Maternidade, que investiga os óbitos de recém-nascidos entre junho de 2015 e junho de 2016 na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, concluiu que 25% das mortes poderiam ter sido evitadas. A conclusão do relatório da sindicância foi confirmada na sessão desta quinta-feira (4) na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) pela deputada que propôs a investigação, Eliane Sinhasique (PMDB-AC).


Ao G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) informou que não teve acesso ao relatório e, portanto, não poderia comentar sobre o os pontos presentes no documento.


“A Sesacre reforça que a Maternidade Bárbara Heliodora já foi, inclusive, premiada a nível nacional pelo seu trabalho e que monitora ininterruptamente os índices de mortalidade infantil ao qual estão dentro dos parâmetros considerados normais pelo Ministério da Saúde”, disse em nota.


A deputada informou que ao todo foram investigados 15 casos de mortes de recém-nascidos na unidade de saúde e que desses, quatro foram considerados “evitáveis” se alguns procedimentos tivessem sido realizados. As mães que perderam filhos na maternidade nesse período começaram a ser ouvidas no dia 28 de novembro de 2016.


Entre as irregularidades verificadas está a falta de médicos e enfermeiros, além dos leitos e UTI que, segundo Eliane, é insuficiente e aparelhos que estão danificados. A sindicância concluiu ainda que o pré-natal na Unidade Básica de Saúde é “precário”.


“Concluímos também que alguns exames e procedimentos clínicos deixaram de ser realizados na maternidade, que houve retardo no atendimento de algumas parturientes. O serviço de acompanhamento psicológico e assistência social da maternidade às mães que perdem os bebês é insuficiente e que a maternidade está sobrecarregada devido ao oferecimento de serviços ambulatoriais”, disse a deputada.


Além das mães, foram ouvidos alguns dos pais de bebês que morreram e durante as visitas feitas à maternidade. A comissão ouviu pacientes e funcionários.


“Fizemos um trabalho bem minucioso. Além de ouvir as pessoas, olhamos as instalações e analisamos os prontuários. Foi assim que percebemos que o partograma, uma caderneta onde é relatado todo atendimento à mulher, que é um protocolo do SUS, não está sendo feito”, afirmou Eliane.


O relatório também apontou uma lista de recomendações para que a Sesacre regularize algumas das situações verificadas durante a investigação. Entre as recomendações está o desenvolvimento de polícia de incentivo ao pré-natal e realizar o serviço de atenção ao parto nos municípios, para evitar deslocamento das mães do interior para a capital.


“Recomendamos ainda que a Sesacre aumente o número de leitos na maternidade e na UTI neonatal, que contrate de forma imediata mais médicos, enfermeiros e técnicos. Além disso, que adquira equipamentos que estão faltando e que o partograma seja um procedimento de rotina”, concluiu Eliane.


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