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Polícia Federal prende em Rondônia assassino de liderança indígena do povo Uru-Eu-Wau-Wau

Está preso desde ontem, quarta-feira (13), em Porto Velho (RO), um homem acusado pelo assassinato de Ari Uru-Eu-Wau-Wau, líder indígena deste povo e que morreu em 2020. A prisão do acusado ocorreu durante a Operação URU, apoiada pelo Ministério Público Federal (MPF), em Jaru, município do interior de Rondônia. A Polícia Federal não quis fornecer o endereço da prisão nem a identidade do preso. Ele já estava na cadeia pelo cometimento de outros crimes e é apontado como um matador em série.


A assessoria de imprensa da Polícia Federal informou que investigações apontaram que Ari Uru-Eu-Wau-Wau sofreu morte violenta, já que seu corpo não apresentava quaisquer sinais de reação ou de autodefesa. A PF suspeita que o autor do crime ofereceu alguma substância à vítima para deixa-la desacordada e então iniciar as agressões físicas que culminaram em sua morte.


Posteriormente, o assassino conduziu o corpo para estrada RO 010, Km 12, no Distrito de Tarilândia, em Jaru.


A Polícia Federal informou nesta quinta-feira (14) que “não há mandantes para o crime” e que a motivação ainda está sendo apurada. A PF descarta que o crime tenha relações com questões envolvendo ao meio ambiente e sim a atritos pessoais entre o autor e a vítima. No entanto, amigos e parentes afirmam que Ari era um protetor da floresta que é necessária a continuidade de suas ações de proteção do território indíegna.


A morte de Ari Uru-Eu-Wau-Wau foi um dos episódios mais marcantes do premiado documentário “O Território”, exibido nos principais festivais de cinema do mundo neste ano. Coproduzido pelos indígenas e com produção executiva da jovem liderança Txai Suruí, o filme retrata a luta contra o desmatamento e tem previsão de estreia no Brasil para o segundo semestre.


Em 2021, Walelasoetxeige Paiter Bandeira Suruí, mais conhecida como Txai Suruí, foi a única brasileira a discursar na abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia. Ela é filha de Neidinha e do líder Almir Suruí. Em seu discurso, Txai cobrou justiça por Ari, que era seu amigo.


Também em 2021, o relatório “Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil”, de 2020, do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), destacou as ameaças à Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau “em decorrência da omissão do Estado em proteger os territórios indígenas, fazendo recair o peso da defesa da terra sobre os próprios povos” e citou a morte de Ari: “Mais uma liderança foi cruelmente assassinada”, diz o documento.


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