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Policial penal que matou vendedor de picolé no AC tem segunda audiência marcada para 14 de dezembro

Essa é a segunda audiência de instrução do acusado, que deve ser interrogado. Reconstituição da cena do crime foi feita em agosto deste ano e laudo com 56 imagens foi concluído em novembro.
Policial penal Alessandro Rosas Lopes tem pedido de liberdade negado pela justiça.
Após o resultado do laudo pericial criminal da reconstituição ter sido concluído, o policial penal Alessandro Rosas Lopes vai passar por nova audiência de instrução e julgamento no próximo dia 14 de dezembro, na 2ª Vara do Tribunal do Júri. Ele foi denunciado pela morte do vendedor de picolé Gilcimar da Silva Honorato, de 38 anos, em dezembro de 2020.
Inicialmente, a audiência tinha sido marcada para esta quinta-feira (9), mas a pedido da defesa, que tinha uma outra audiência na mesma data e horário, foi remarcada para o dia 14. No entanto, segundo o advogado de defesa, Maxsuel Maia, é possível que a audiência não ocorra ainda este ano.
A audiência foi marcada, conforme a Justiça, para o interrogatório do réu. O laudo da reconstituição, incluído no processo no último dia 30 de novembro, tem 53 páginas e 56 imagens que retratam o que foi relatado pelas testemunhas e pelo acusado.
Conforme o documento, a perícia concluiu que existiu um intervalo de tempo entre um disparo e outro que atingiu a vítima e que não se tratou de disparos sequenciais. E sobre a pergunta feita pela defesa se a vítima teve tempo e rotas de fuga para se desvencilhar do réu após a discussão dentro do bar, o laudo pontuou que sim.
“O fato iniciou-se na porta do bar, evoluindo para a via pública. Portanto, pode-se afirmar que havia tempo e rota de fuga, tanto que, o fato iniciou no bar e se estendeu até a Rua Euclides da Cunha”, diz o laudo.
No exame cadavérico complementar solicitado pelo Ministério Público, o perito médico legista pontuou que é possível afirmar que o picolezeiro foi vítima de disparo de arma de fogo efetuado à distância e que o atingiu pelas costas.
O pedido de reconstituição foi feito pela defesa do policial penal denunciado pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e apontado como o responsável pelos disparos que mataram o picolezeiro. Na reprodução da cena do crime, que ocorreu no dia 12 de agosto, foram refeitos todos os passos relatados pelas testemunhas e também pelo acusado.
Conforme o documento, cada cena foi reproduzida de forma separada de acordo com os relatos. Ao longo das mais de 50 páginas, a perícia pontua o que é considerado “coerente” e ou que tem contradição dentre os relatos.

Reconstituição da morte de vendedor de picolé baleado por policial penal no Acre ocorreu em agosto deste ano — Foto: Reprodução
“A defesa recebeu com muita satisfação o resultado da reprodução simulada dos fatos. A perícia confirmou nossas teses. O Alessandro foi instigado, provocado e furado por aquele ex-presidiário, antes de perder sua razão e desferir os disparos. A perícia também confirmou que havia tempo e rotas de fuga para o Gilcimar, caso ele quisesse evitar a agravação da situação. É o que venho dizendo desde o início: estamos diante de um caso em que não há como dissociar a conduta de réu e vítima. Ambos contribuíram para esse fatídico desfecho”, afirmou o advogado.
Nessa quarta-feira (8), o policial, que está preso na UP4, antiga Papudinha, foi levado para o pronto-socorro de Rio Branco, após tentar se matar.
“Recebemos com muita preocupação e tristeza a notícia de que o Alessandro tentou tirar a própria vida no interior do presídio e que está internado no pronto-socorro de Rio Branco. Esse episódio confirma o que a defesa vem sustentando desde o início desse processo: trata-se de um profissional altamente treinado e gabaritado, mas que não é um robô. Ele é um ser humano, com sentimentos, emoções, fraquezas e traumas. Estamos torcendo por sua pronta recuperação, para que tenhamos a oportunidade de fazer justiça”, concluiu o advogado.
Denúncia
O crime ocorreu no dia 12 de dezembro de 2020, no Conjunto Esperança, em Rio Branco. O inquérito sobre o crime foi encaminhado à Justiça no mesmo mês e a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Acre (MP-AC), no dia 12 de janeiro. O processo corre na 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditoria Militar. A denúncia acusa Lopes por homicídio por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima e crime hediondo.
Na denúncia, o MP aponta que, segundo os autos, nos momentos que antecederam a morte do vendedor de picolé, ele e o policial discutiram dentro de um bar, o que motivou a vítima a se armar com uma faca.
“Somente depois de ser esbofeteado pelo denunciado, veio a investir contra ele, atingindo o ombro, provocando a lesão de natureza leve e empreendendo fuga em seguida. Por sua vez, enquanto a vítima já se encontrava em fuga, o denunciado buscou uma arma de fogo em seu veículo e iniciou uma perseguição à vítima, vindo a alcançá-la, efetuando contra ela dois disparos na região posterior do corpo (costas)”, destacou o promotor na denúncia.

Crime ocorreu em dezembro de 2020 no Conjunto Esperança, em Rio Branco — Foto: Arquivo/Polícia Civil
Pedidos de liberdade negados
O policial teve mais um pedido de liberdade negado pela Câmara Criminal de Rio Branco em agosto deste ano.
No dia 5 de março, a Câmara Criminal negou novamente, por unanimidade, o pedido de habeas corpus feito pela defesa do policial penal. O relator da matéria, desembargador Pedro Ranzi, pontuou que a prisão preventiva imposta ao policial está “devidamente fundamentada” e, segundo o magistrado, se apresenta como “adequada, útil e necessária”.
O pedido liminar de habeas corpus já havia sido negado pela Câmara Criminal no último dia 8 de fevereiro. No julgamento, o voto do relator foi acompanhado pelos demais magistrados. O policial segue preso no Batalhão de Operações Especais (Bope).

Alessandro foi preso por matar um vendedor de picolé em dezembro de 2020 — Foto: Arquivo pessoal
Vídeo do policial perseguindo vítima
A produção do Jornal do Acre 1ª edição conseguiu ter acesso as imagens da câmera de segurança que registrou parte da movimentação em frente ao bar onde o policial matou o picolezeiro. Nas imagens, é possível ver que Gilcimar chegou ao bar às 9h do dia 12 de dezembro. Logo depois, o policial penal chega em um carro vermelho acompanhado de um amigo. Por volta das 09h50, há uma movimentação na entrada do bar.
Gilcimar sai e pega algo que a polícia acredita ser faca no carrinho de picolé, quando ele volta para entrada do bar, leva um tapa do policial penal e reage, o ferindo no ombro. Em seguida, o picolezeiro sai correndo e some das imagens. Já Alessandro, sai do bar, vai no carro, pega a arma, e começa a perseguir a vítima e some das imagens.


Exclusivo: Vídeo mostra momento em que policial penal persegue e mata picolezeiro
Menos de dois minutos depois, ele volta ao bar acompanhado de outro rapaz, logo em seguida, as imagens registram correria e um tumulto na região da rua aonde o policial atingiu o picolezeiro.
Alessandro e a pessoa que estava com ele entram no carro e saem em alta velocidade, quase atingindo um carro que estava parado próximo ao local. Às 10h, as pessoas do bar guardam o carrinho do picolezeiro.

Imagens mostram Gilcimar chegando no bar antes de ser morto por policial penal — Foto: Reprodução


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