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Em greve por reajuste salarial, servidores da Educação do AC fazem vigília em frente ao Palácio Rio Branco

Foto: Rosana Nascimento/Arquivo pessoal

Os servidores da rede pública de Educação do Acre se reuniram em frente ao Palácio Rio Branco, no Centro da capital acreana, na noite desta quarta-feira (19), para uma vigília em homenagem aos servidores vítimas da Covid-19. A categoria está greve desde o último dia 13 pela reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) e o reajuste no piso salarial.


O ato iniciou após às 18h e segue até às 21h. Os trabalhadores levaram cruzes e velas para usar na manifestação. Com a paralisação dos trabalhadores, o ano letivo 2021 ainda não iniciou na maioria das escolas públicas do estado.


A previsão era de que as aulas começassem na segunda-feira (10) para cerca de 148 mil alunos de forma remota, mas, de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), 90% das escolas aderiram ao movimento.


Ao G1, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, explicou que as cruzes e velas estão sendo usadas em memória aos servidores da Educação que morreram vítimas da Covid-19.


“Um dia fazemos mídia com carro de som, outro dia é com ações nas ruas para chamar atenção da população que queremos que nossa pauta seja atendida. Temos aqui cerca de 90 cruzes porque perdemos algumas, mas já tivemos mais de 120 mortes de servidores. Hoje vamos fazer homenagens para os colegas mortos”, frisou.


Paralisação

No primeiro dia de greve, no dia 13, um grupo de trabalhadores se reuniu em frente do Palácio Rio Branco com um adesivaço para reforçar o ato. Já no dia 14, devido à pandemia no novo coronavírus, eles fizeram mobilização on-line com live em Rio Branco e uma carreata no interior.


Em Cruzeiro do Sul, os professores se reuniram e percorreram algumas ruas da cidade ainda no dia 14. A carreata começou na Ponte da União, e encerrou em frente ao Núcleo de Educação da cidade, onde o grupo fez uma breve fala e encerrou o movimento.


O governo informou que a secretária de Educação, Socorro Neri, desde que assumiu a pasta, está mantendo o diálogo permanente, e disse que o estado tem a preocupação de cumprir com a legalidade das suas decisões. Ressaltou ainda algumas dificuldades devido às vedações, como a lei 173/2020 que define auxílio emergencial para estados e municípios durante o período de pandemia e proíbe o aumento na folha de pagamento até dezembro de 2021, além de ter que respeitar o teto de gastos do estado e respeitar a lei de responsabilidade fiscal.


Além disso, o governo reforçou que durante reunião os representantes das categorias, no dia 12, a categoria apresentou suas principais reivindicações e o governo trabalha para atender os pedidos, dando apoio aos profissionais para garantir melhores condições de trabalho.


Greve foi deflagrada na quinta-feira (13) no Acre — Foto: Edvaldo Gomes/Arquivo pessoal

Reivindicações

Além da reposição salarial, a categoria ressalta que os professores estão endividados, porque tiveram que comprar celulares e computadores e pagar Internet para poder trabalhar com as aulas remotas.


“O governo não está pagando nossos direitos garantidos no PCCR, que são as gratificações, complementações salariais e dobras. Também estamos lutando pela reposição inflacionária de 2017 até 2021 e mais a estruturação da tabela para 2022”, informou Rosana.


A sindicalista disse ainda que as negociações estão sendo feitas com o governo desde 2019. “Já ofereceram auxílio alimentação e não pagaram, ofereceram 12,99% e não pagaram e por último entregaram uma contraproposta oferecendo antecipação da VDP e não pagaram.”


Ano letivo 2021

Cerca de 148 mil alunos da rede pública de ensino do Acre iniciariam o ano letivo 2021 no dia 10 deste mês com aulas remotas. A previsão inicial era de que as aulas começariam no dia 3 de maio, mas os professores passaram por treinamentos e planejamento das aulas e, por isso, o prazo foi adiado.


A maioria das escolas já encerrou as aulas do ano letivo de 2020, mas há ainda algumas instituições da zona rural e indígenas que não conseguiram concluir. Segundo a Secretaria Estadual de Educação, essas escolas devem trabalhar os dois anos letivos de forma paralela.


As aulas presenciais foram suspensas no dia 17 de março, na semana em que o Acre confirmou os três primeiros casos de Covid-19. Desde então, os alunos têm acesso ao conteúdo escolar pela internet através de videoaulas, pelo rádio com audioaulas, pela televisão e também com o material impresso disponibilizado nas escolas.


Em 2020, em meio à pandemia, os alunos da rede pública estadual concluíram os bimestres, também por meio do ensino remoto. Em fevereiro, a SEE chegou a divulgar um calendário do retorno das aulas com o sistema híbrido – aulas presenciais e remotas. A ideia era começar as aulas presenciais já em março deste ano.


A previsão é que a conclusão do ano letivo de 2021 ocorra em dezembro, ainda com sistema de 800 horas/aula no lugar de 200 dias letivos, o que foi flexibilizado por conta da pandemia.


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