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“Bolsonaro é o Jim Jones da destruição ambiental”, diz Marina Silva

Em um contexto no qual o Brasil se desmoraliza cada vez mais no exterior e sofre ameaças de perdas de investimentos por causa do desmatamento, a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva (Rede) comparou Jair Bolsonaro a Jim Jones, líder de uma seite que levou ao suicídio   e ao assassinato em massa de centenas de seus membros na Guiana, no final dos anos 70.


“Bolsonaro é o Jim Jones da destruição ambiental”, disse a ex-presidenciável aojornal O Estado de S.Paulo. “Não podemos nos iludir: este governo não vai fazer o dever de casa. Se quisesse fazer, teria de montar um novo plano de preservação e controle do desmatamento, remontar o ICMBio, montar um plano de inteligência com a Polícia Federal e articular uma coordenação política com os governadores”, acrescentou.


De acordo com o sistema do Imazon, a Amazônia teve um aumento de 24% nos alertas de desmatamento no primeiro semestre de 2020, se comparado ao mesmo período de 2019. São 2.544 quilômetros quadrados (km²0 com sinais de desmatamento, o segundo maior valor acumulado em um semestre desde 2010, informou a entidade. Em junho, a Amazônia perdeu 822 km² de floresta, o que representa duas vezes o tamanho da cidade de Belo Horizonte (MG).


“Uma coisa é o que é mostrado pelo vice-presidente em powerpoints para investidores, e outra é o que ocorre na Amazônia. Este governo não tem estatura política nem competência técnica para resolver o que está acontecendo na ponta, no território”, continuou a ex-ministra.


Na entrevista, Marina também afirmou que “há vários estudos e documentos mostrando o potencial de se gerar milhões de empregos preservando a natureza e fazendo uma gestão eficiente dos recursos naturais”.


“O governo não está a par, não está nem lendo esses estudos. Os custos já estão aí. A Holanda não ratificou o acordo Mercosul-União Europeia. Existe uma pressão enorme para que o Parlamento Europeu também não ratifique. O fundo soberano norueguês dispensou a Vale, dispensou a Petrobras. O Fundo Amazônia está parado”, alertou.


Além das estatísticas apontando um aumento do desmatamento no Brasil, um dos principais indicativos da falta de preocupação do governo Jair Bolsonaro com a derrubada ilegal de vegetação aconteceu na reunião ministerial do dia 22 de abril, quando o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, sugeriu que membros da gestão aproveitassem a atenção da imprensa voltada ao coronavírus para destruir os biomas, aprovando “reformas infralegais de desregulamentação e simplificação” na área do meio ambiente e “ir passando a boiada”.


Em live pelo Facebook na última quinta-feira (16), Bolsonaro voltou a culpar indígenas pelas queimadas na Amazônia e tentou amenizar o problema do desmatamento. “É mentira isso aí. A floresta nossa é úmida. Não pega fogo”, disse. “Pega fogo ali na periferia. E a maioria é o indígena, é o caboclo”, acrescentou.


Naquele mesmo dia, ele garantiu que Salles continua no governo.


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