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Mulher deve receber R$ 3 mil por danos morais após ser impedida de visitar tio em hospital por causa de saia

Servidora pública usava roupa de trabalho quando chegou ao hospital, mas atendente alegou que saia era curta. Hospital das Clínicas informou que deve recorrer da decisão.


Uma servidora pública, que não quis ser identificada, ganhou um processo na Justiça e deve receber R$ 3 mil por danos morais após ser impedida de visitar o tio que estava internado no Hospital das Clínicas, em Rio Branco.


A mulher teria sido barrada no local após uma atendente alegar que a visitante estava vestida de forma “inadequada” e usava uma saia acima do joelho.


Procurada pela reportagem do G1, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) não se pronunciou sobre o caso.


A condenação foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico na quinta-feira (11). O juiz de Direito Marcelo Carvalho destacou que a roupa da jovem não estava em “desconformidade com as normas de saúde do local”.


A mulher relatou que decidiu usar o horário de almoço para visitar o tio e trajava o mesmo vestido que usa normalmente no trabalho. Segundo ela, a funcionária do hospital afirmou que a saia dela era curta e pediu que ela olhasse o banner fixado na portaria.


No entanto, segundo a visitante, a normativa dizia que não era permitido o uso de minissaia e que o vestido dela, apesar de estar um pouco acima do joelho, não era tão curto assim.


“Me senti constrangida e no momento tinha ao menos 30 pessoas que também iam visitar seus parentes. Questionei as regras usadas para definir se uma saia era curta ou não e ela simplesmente disse que eu não ia entrar. Inclusive, algumas pessoas que estavam com uma saia um pouco maior que a minha, mas ainda acima do joelho, tiveram a entrada permitida”, lembra.


A servidora relata que ao ser barrada pediu para que uma pessoa fotografasse a roupa que ela estava e informou que iria entrar com um processo na Justiça. Ela afirma que ficou feliz com a decisão, pois a norma é imoral e não tem critérios justos, sendo definido apenas pelo atendente de plantão.


“Parece até que a gente tem que medir a roupa antes de sair de casa para visitar um parente em um hospital. Essa norma é absurda e esse resultado só mostra que eu estava certa, já que a Justiça decidiu a meu favor. Vi muitas pessoas, até o do interior, que foram barradas e ficaram indignadas por ter que voltar outro dia por causa de uma roupa”, destaca.


Ao G1, a advogada que representa a jovem, Caroline Yunes, disse que não deve recorrer da decisão. Ela lembra que a cliente dela chegou até mesmo a ser motivo de piada no trabalho após a situação vexatória no hospital.


“Somente ela que não pôde entrar para visitar o tio, toda a família dela entrou. Ela entrou com a ação pedindo ao menos uma retratação e uma indenização simbólica para que o hospital não fizesse isso com outras pessoas”, finaliza.


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