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Promotor cobra responsabilidades do Estado contra onda de criminalidade em Sena Madureira

Jaidesson Peres – Agência de Notícias do MPAC


Diante das últimas ocorrências que envolvem acirramento entre facções e a evolução do modus operandi dessas organizações criminosas em Sena Madureira, o promotor de Justiça criminal Júlio César de Medeiros se reuniu, em Rio Branco, com a cúpula da Segurança Pública do Acre neste fim de semana para pensar em providências contra a escalada da criminalidade no principal município do Vale do Purus.



O promotor foi quem solicitou a reunião, sendo prontamente atendido, e estava acompanhado do comandante do 8º Batalhão de Sena Madureira, major Michel Casagrande, do delegado de Polícia Civil Marcos Frank e do procurador de Justiça Danilo Lovisaro. Na ocasião, ele apresentou uma pauta detalhada com medidas que considera indispensáveis para tranquilizar a sociedade de Sena Madureira, mas que demandam o esforço conjunto das várias instituições de Segurança Pública no enfrentamento à violência sem precedentes, sob uma visão holística do crime.



De acordo com o promotor, só esse ano já foram apreendidas 165 armas de fogo ilegais, maior que os somatórios dos anos de 2015 e 2016 juntos, e o número de tentativas de homicídio e os crimes de homicídio subiu de forma assustadora, sendo 80 tentativas e 20 homicídios consumados, além de alguns latrocínios e a atuação cada vez mais sofisticada das organizações criminosas, o que foi detalhado na reunião, inclusive com a presença de dois coronéis da Polícia Militar.


O Ministério Público mostrou preocupação com a possibilidade de ações mais ousadas das facções, a exemplo de práticas de “novo cangaço” registradas recentemente em outros Estados, sem um poder de reação a tempo por parte das forças de segurança pública. Por isso pediu a atenção da Secretaria de Segurança Pública, do comando geral da Polícia Militar e da Secretaria de Polícia Civil no sentido de reposição de policiais que foram transferidos para outras cidades sem a devida permuta e reforço no efetivo com a contratação de novos profissionais, além de questões mantidas sob sigilo.


Ainda segundo o promotor Júlio, a cidade não dispõe de peritos criminais, só há um delegado para dar conta da crescente demanda de ocorrências e a polícia opera em sistema analógico de comunicação, que é suscetível a falhas. A resposta à altura, para ele, compreende a execução de operações, monitoramento do presídio, a instalação de câmeras em determinados locais, formação de Grupamento Tático e sobretudo um trabalho proativo junto à população, especialmente a infanto-juvenil.


“Precisamos olhar para esses pontos de fragilidade em Sena Madureira. De 2015 para cá tudo mudou e muitas vidas estão em risco, tanto da população quanto dos policiais. A criminalidade organizada explodiu e, paradoxalmente, houve uma involução no efetivo da Polícia Militar”, alertou o promotor.


Por sua vez, atento aos relatos do promotor e das autoridades que o acompanhavam, o secretário-adjunto de Segurança Pública do Acre, Vanderlei Thomas, reiterou a importância do diálogo entre as instituições de todos os poderes para vencer o crime. Comprometeu-se ainda em realizar a manutenção de câmeras nas vias públicas do município, nomear até julho do próximo ano peritos, agentes, escrivães e delegados de Polícia Civil para todo o Acre aprovados no último concurso, iniciar a formação dos novos policiais militares, bem como executar até final de fevereiro a licitação para aquisição do sistema digital da Polícia Militar em Sena Madureira.


Ao final, o promotor ressaltou a importância da realização da reunião de grande magnitude, a fim de se alinhar as estratégias de atuação entre MP, polícia e poder público e buscar a resolutividade em âmbito extrajudicial, antes de tomar qualquer medida judicial de modo temerário.


“Primamos muito pela efetividade e qualidade nos serviços prestados à sociedade. Todavia, precisamos de maior efetivo da Polícia Militar e Civil, bem como de peritos criminais, e isso é obrigação do Estado. A reunião, em si, é a melhor forma de integração externa entre o Parquet e as demais instituições, além de dar transparência à atuação da Promotoria Criminal, que sempre é rigorosa, mas na medida certa. Só com essa reunião, e ouvindo todas as autoridades, podemos ter certeza da melhor estratégia de atuação, o que demandará, inclusive, a definição de responsabilidades específicas do Exército e da Polícia Rodoviária Federal para com a nossa Sena Madureira”, afirmou o promotor.


Jaidesson Peres – Agência de Notícias do MPAC


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