O ataque contra Isabelly foi em Jacarezinho, município da região do Norte Pioneiro do Paraná, na tarde de quarta-feira (22). A vítima está internada em estado grave na UTI do Hospital Universitário (HU) de Londrina, sedada e intubada. Relembre o caso mais abaixo.
Conforme o delegado Tristão Borborema, a presa era tratada como suspeita e tinha um mandado de prisão preventiva em aberto pelo crime desde quinta-feira (23), mas a informação de que ela era procurada não tinha sido tornada pública pela polícia.
Conforme o boletim de ocorrência registrado pela PM e obtido pelo g1, a suspeita foi encontrada por volta das 5h desta sexta-feira, no pátio de um hotel de Jacarezinho.
O nome da suspeita não foi oficialmente divulgado.
A motivação para o crime, conforme a investigação, foi ciúme do companheiro, que também é ex-namorado de Isabelly, de acordo com a polícia.
Com a prisão, a Polícia Civil concluiu o inquérito como tentativa de homicídio com qualificadoras de motivo fútil, emboscada, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e uso de substância. O processo será remetido ao Ministério Público (MP-PR), que pode, ou não, denunciar a presa.
A prisão
Na manhã desta sexta, a PM havia informado que a suspeita tinha sido localizada no pátio do hotel, após ela própria acionar a polícia, dizendo que estava sendo perseguida por quatro homens.
No início da tarde, os delegados Tristão Borborema e Carolinne dos Santos Fernandes, responsáveis pelo caso, corrigiram a informação. Eles disseram que a suspeita, na verdade, foi até o pátio do hotel pedindo por ajuda e que um funcionário da empresa acionou a PM.
Antes disso, conforme os delegados, a suspeita estava escondida em uma região de mata.
Quando chegou até a suspeita, a polícia questionou sobre a suposta perseguição, mas ela não conseguiu dar detalhes do que tinha acontecido.
A PM questionou, então, se ela tinha envolvimento com o caso de Isabelly, uma vez que ela já era investigada. Ela respondeu que sim e admitiu ter jogado o produto químico na vítima por ciúmes do atual companheiro. A Polícia Civil disse que o homem é ex-namorado de Isabelly.
Levada à delegacia, segundo a Polícia Civil (PC-PR), a mulher confessou o crime. Ela está presa preventivamente.
Como a polícia identificou a suspeita
De acordo com os delegados Tristão e Caroline, a mulher passou a ser considerada suspeita após a investigação coletar depoimentos.
A família da vítima, por exemplo, citou que Isabelly tinha tido brigas com o ex-namorado, que está preso por roubo agravado.
Em seguida, os delegados chegaram a informação de que a atual companheira do homem não tinha dormido em casa no dia do ataque e também não tinha buscado o filho na creche, como costumava fazer.
Na casa da suspeita, segundo os delegados, a investigação encontrou uma peruca castanha. A avó da mulher, que mora no mesmo local, disse ter visto a neta aparecer em casa também com uma peruca loira, antes do ataque. Ao assistir ao vídeo da suspeita do ataque, ela reconheceu a peruca, também de acordo com a polícia.
Com os indícios encontrados, a polícia pediu a prisão preventiva dela na quinta-feira (23).
O ataque contra Isabelly aconteceu na Alameda Padre Magno, na região central de Jacarezinho.
De acordo com o delegado Tristão Borborema, a jovem estava indo para a academia por volta das 13h de quarta-feira, quando uma pessoa se aproximou, jogou o líquido químico na vítima e fugiu.
Segundo a polícia, Isabelly teve queimaduras no rosto, no peito e na boca. A Polícia Militar disse que a jovem provavelmente ingeriu a substância, o que pode ter agravado o quadro de saúde dela.
Um vídeo gravado por uma câmera de monitoramento mostra Isabelly correndo na rua em busca de ajuda após ser atingida pela substância.
Jovem atacada com ácido em rua em Jacarezinho — Foto: Reprodução
“Eu peguei a menina, coloquei no carro e levei ela no hospital. Ela não conseguia falar nada. Não conheço ela, mas espero que ela se recupere. Se Deus quiser, ela vai sair dessa”, disse.
Após o ataque, uma testemunha encontrou uma sacola preta e um copo que estavam molhados. O material foi recolhido para análise.
Sacola e o local com a marca do produto jogado na jovem — Foto: Reprodução