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Prometeu e cumpriu: quatro vezes que Putin fez ameaças que não foram blefes

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O presidente da Rússia Vladimir Putin ameaçou, na última quarta-feira (21), convocar 300 mil reservistas para se unirem às tropas russas e afirmou que usará armas nucleares caso os Estados Unidos e os aliados da Ucrânia interfiram na sua investida para anexar territórios ucranianos.


Depois do discurso ter sido noticiado, parte dos especialistas duvidou que as novas ameaças de Putin gerem risco de uma guerra nuclear e falou em blefe em meio ao avanço ucraniano de recuperação de território e recuo da Rússia. Outros, no entanto, listaram as ameaças feitas e cumpridas.


Veja o que aparece nas listas de feitos cumpridos:


1. Anexar a Crimeia ao território russo 


Putin prometeu anexar a Crimeia e fez. Isso aconteceu em 2014 depois da invasão ao território vizinho e gerou consequências político-militares como a guerra entre Ucrânia e Rússia.


O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia aprovar em referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia —numa votação condenada por Kiev e pela comunidade internacional, que a considera ilegítima.


A Crimeia, antes república autônoma, era uma região da Ucrânia, mas que sempre teve fortes vínculos com a Rússia —Putin alega a mesma coisa para invadir o leste ucraniano agora, embora a região também tenha importância geoestratégica em áreas comerciais e militares.


2. Invadir Donbass 


A guerra do Donbass, no leste da Ucrânia, dura mais de 8 anos e se tornou o maior conflito de guerra na Europa desde 1945 com mais de 14 mil mortos.


Começou em meio a uma crise política que levou à queda do presidente Viktor Yanukovych. Apenas um mês depois, iniciou-se o conflito, e as regiões de Donetsk e Lugansk declararam sua independência de forma unilateral. Desde então, eles têm os próprios exércitos, bandeira e instituições governamentais.


Até 2021, todos os estados membro das Nações Unidas consideram esses territórios parte integrante da Ucrânia, embora a Federação Russa reconheça documentos emitidos por autoridades separatistas.


Agora, com a invasão russa na Ucrânia, as províncias separatistas Donetsk e Luhansk viraram o principal palco do conflito.


3. Invadir a Ucrânia


A Rússia iniciou a guerra na Ucrânia na madrugada de 23 de fevereiro deste ano. Os bombardeios aéreos e disparos de mísseis contra as principais cidades ucranianas, entre elas a capital Kiev.


Na época, em sua fala pontuada de ameaças, Putin prometeu represálias a quem interferisse na ofensiva. Até agora, o que saiu do papel foram aquelas relacionadas ao fornecimento de gás.


A Rússia já interrompeu o abastecimento para Bulgária e Polônia depois que os países rejeitaram a exigência de pagamento em rublos — tática usada pelo governo russo para mirar diretamente as economias europeias e que, segundo os russos, foi feita para proteger sua economia das sanções.


A Rússia é o principal fornecedor de gás da Europa.


4. Revidar uma aproximação do Ocidente às suas fronteiras


Putin repetidamente dizia, antes da guerra contra a Ucrânia, que se revidaria se a Otan se aproximasse das fronteiras da Rússia ao aceitar novos membros da Europa Oriental.


Desde que a aliança caminhou para trazer a Ucrânia para sua órbita também, Putin deixou claro que entendia o gesto como uma ameaça existencial à Rússia, forçando-a a reagir. Desde então, rejeitou acordos de paz e iniciou a guerra.


O que ainda não está claro


Em setembro, líderes mundiais pediram que se intensificassem os esforços para garantir o chamado Acordo do Mar Negro, que permite a exportação dos grãos da Ucrânia via mar Negro.


Putin ameaçou melar o acordo, assinado em julho pela Rússia e pela Ucrânia, com o aval da ONU e da Turquia —antes, a Marinha russa havia bloqueado a saída marítima em meio à guerra.


De acordo com o chefe de governo espanhol Pedro Sánchez: “a verdade é que Putin está chantageando a comunidade internacional, usando a arma dos alimentos”.


Embora tenha ameaçado colocar fim no acordo, até o momento, o tratado segue vigente, mas sempre há o risco de crise alimentar por falta de fertilizantes, crise econômica e pela guerra. Muitos países como o Líbano e a Índia dependem dos grãos, e o Programa Mundial de Alimentos da ONU (PAM), que auxilia pessoas à beira da fome em diversos países, obtém 40% de seu trigo da Ucrânia.


O acordo serve para criar corredores seguros para o escoamento da produção agrícola e assim permitir a exportação para o resto do mundo.


O Ministério da Agricultura da Ucrânia chegou a dizer que 20 milhões de toneladas de grãos estavam presos no país por conta dos bloqueios marítimos da Rússia.


A Ucrânia contribui com 42% do óleo de girassol, 16% do milho e 9% do trigo vendidos no mercado global.


Antes da guerra, 90% das exportações da Ucrânia eram escoadas por portos no mar Negro.


UOL


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