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Com frota reduzida, moradores de Rio Branco esperam até 2h por ônibus: ‘Situação precária’

Com apenas uma empresa de ônibus circulando em Rio Branco, os moradores que dependem do transporte público têm de esperar até duas horas por um ônibus nesta terça-feira (21). Na segunda (20), pelo menos oito linhas de ônibus deixaram de operar na capital acreana por falta de diesel.
“É muito triste, péssimo, porque você vem para resolver uma situação, passa o dia todinho e, muitas vezes, nem consegue resolver porque o ônibus demora duas horas para passar e, quando passa, é de garagem, não faz as linhas. Para as colônias [zona rural], os ônibus quebram no meio da viagem, não tem a corda de puxar para parar, a gente tem que ficar aos gritos. A situação está muito precária, dá vontade de chorar”, lamentou a dona de casa Ana Cláudia Pessoa.
A autônoma Maria Daiane Nascimento disse que todo dia chega atrasada no trabalho por causa do transporte público. Ela disse que enfrentou um ônibus lotado para chegar até o Terminal Urbano.
“Todo dia estou chegando atrasada no emprego, está difícil. Para mim, vir para cá foi um sacrifício também, passei meia hora na parada e está rodando aqui só um ônibus. O ônibus demora tanto que quando vem é lotado, horrível”, criticou.

O músico David Campos disse que a população fica no meio da briga entre a prefeitura e os empresários e acaba sofrendo as consequências.
“Os impostos são arrecadados e onde estão os investimentos? Você não vê nenhum investimento aplicado, principalmente nos ônibus. Então, fica nessa batalha entre estado e município e o problema só piorando. Além de ser caro, os ônibus totalmente caóticos, os assentos [ruins], atrasos e as pessoas, por causa dessa assitência, são prejudicadas no trabalho”, afirmou.
Emergência
O prefeito Tião Bocalom decretou situação de emergência e anunciou contratação de outras empresas para prestar o serviço em Rio Branco. Conforme a Superintendência de Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans), pelo menos oito linhas da Auto Viação Floresta deixaram de operar.
O motivo da retirada dos carros, segundo o Sindicato dos Transportes do Acre (Sinttpac), seria por falta de diesel e as linhas não estão sendo suficientes para pagar o combustível.
Ficaram sem operar as seguintes linhas
Amapá;
Seis de Agosto/Judia;
Belo Jardim I e II;
Irineu Serra;
Bahia/Carandá;
Cabreúva/Aeroporto Velho;
Floresta;
Wanderley Dantas.
Empresa tira linhas de circulação e prefeitura decreta emergência no transporte público
O prefeito Tião Bocalom afirmou, na segunda, que o transporte público é “péssimo” e que está tentando contratar outras empresas, mas que nenhuma mostrou interesse em operar na cidade. A prefeitura deve publicar um edital para que novas empresas possam concorrer e assumir as linhas que foram deixadas pela viação Floresta.
A RBTrans informou, nesta terça, que tenta uma composição com a empresa Via Verde de transporte público que atende a capital. Contudo, para assumir as oitos linhas deixadas pela Auto Viação Floresta, a empresa teria que pegar a remuneração dessas linhas.
Ainda segundo a RBTrans, as linhas abandonas pela empresa são de poucas demandas e não têm grande impacto.
Crise no transporte público
A crise no transporte público em Rio Branco se arrasta desde 2020. Assim que assumiu, Bocalom afirmou que não iria repassar nenhum valor extra para as empresas de ônibus que atuam na capital e que elas deveriam arcar com os prejuízos que tiveram durante a pandemia.
O posicionamento do prefeito se deu porque a gestão anterior, de Socorro Neri, chegou a cogitar o pagamento de um aporte financeiro de R$ 2,5 milhões para essas empresas.
Após essa decisão de Bocalom, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Acre (Sindcol) chegou a entrar com uma ação para tentar receber o valor, mas a Justiça do Acre indeferiu o pedido.
Em meio à essa crise, motoristas de ônibus fizeram protestos, paralisaram atividades e a população precisou buscar outras alternativas para o transporte. No entanto, após várias manifestações, os trabalhos da categoria foram retomados.
Em setembro deste ano, os vereadores começaram os trabalhos de escolha dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do transporte público municipal. A CPI, que é responsável por apurar os problemas relacionados ao transporte na capital, só deve ser retomada em 2022.
Na última semana, os motoristas de ônibus fizeram uma paralisação, no Terminal Urbano. A categoria alegava que estar com os salários dos meses de outubro, novembro e décimo terceiro atrasados. O serviço só foi normalizado apenas na parte da tarde.
Redução de passagem e aporte
Em outubro, o novo valor da passagem de ônibus foi para R$ 3,50. A tarifa foi reduzida após indicação do Conselho Municipal de Transportes Públicos do Município de Rio Branco e a sanção do prefeito Tião Bocalom.
A lei sancionada dependia da aprovação de um outro projeto, que ocorria de forma paralela, e foi publicado na semana passada. A lei que autoriza o repasse de mais de R$ 2,4 milhões para as empresas de ônibus para o pagamento em atraso dos trabalhadores.
Colaborou o repórter Andryo Amaral, da Rede Amazônica Acre.


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