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Desorganização no Into tem atrasado diagnóstico de Covid-19, diz coordenador de laboratório no AC


Com as unidades de saúde voltando a ficar lotadas por causa do aumento de casos de Covid-19, pacientes reclamam da demora na entrega dos exames e também do atendimento no Instituto de Traumatologia e Ortopedia (Into), o hospital de referência no atendimento da doença em Rio Branco.


O atendente Lucas Nascimento está com sintomas da doença há cinco dias e aguardava do lado de fora da unidade por pelo menos 3 horas. Ele contou que já é segunda vez que procura a unidade, na primeira ele ficou pelo menos seis horas esperando.


“Vim pra cá era 12h30 e até agora não fui atendido, uma demora, muita gente passando mal e eles não estão nem aí. É muita demora e só uma pessoa ali na recepção e cada vez chegando mais gente. Aqui é muito ruim”, acrescentou.


A Ana Cláudia mora na zona rural e está com sintomas da doença há uma semana. Ela lamentou a situação e disse que não deveria estar assim com tanta demora e isso só agrava a situação de quem já está doente.


“Já se está doente, chega querendo ser atendido. Mas, quando chega um monte de gente esperando, com a demora, você adoece mais ainda. Espero que melhore e que eles chamem logo as pessoas porque sei que tem gente aqui ruim como eu que vim da zona rural”, lamentou.


‘Desorganização’


Em conversa com a Rede Amazônica Acre, o coordenador do laboratório de Charles Merieux, Andreas Stocker, reclamou da desorganização do Into e disse que isso tem atrasado o diagnóstico e a divulgação do resultado dos exames.


“O problema é a forma. Quando eu mando tudo bagunçado, com lista errada, com identificação errada, cada amostra custa muito tempo pra ser descartada finalmente. Ontem, recebemos apenas 18 amostras do Into porque o resto estava bagunçado. O problema é a organização do laboratório e forma de trabalhar do pessoal do Into é péssimo, péssimo, péssimo!”, desabafou.


A reportagem tentou ouvir a direção do hospital para entender as reclamações, mas foi informada que nenhum dos responsáveis poderia falar com a equipe porque estariam em uma reunião. Neste sábado (14), oG1 tentou contato novamente com a gerência do hospital, mas não obteve resposta.


O boletim da Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou, até sexta-feira (13), 32.661 casos de Covid-19.Número de mortes pela doença era de, 707.


Conforme o boletim, 601 exames de RT-PCR estão aguardando análise pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Acre (Lacen) ou pelo Centro de Infectologia Charles Mérieux. Ao todo, 29.425 pessoas já receberam alta médica da doença.


O estado está em contaminação comunitária desde o dia 9 de abril, com uma taxa de incidência de e 3.735,3 casos para cada 100 mil habitantes e a de mortalidade é de 80,9 para o mesmo grupo. Já a letalidade está em 2,2%.


Aumento dos casos


No início desta semana, o G1 já tinha apontado um aumento dos números de casos de contaminação pelo novo coronavírus. Situação preocupa e já se pode considerar que o estado caminha para uma segunda onda da pandemia, segundo alertou o infectologista Alan Areal.


“Diria que nós, em determinado momento, conseguimos estabilizar e, em alguns momentos, ficamos em queda [nos casos]. Mas, agora o cenário é de estabilidade para o aumento de número de casos. Então, isso é preocupante e a gente pode sim considerar essa situação de uma segunda onda. E que nós possamos estar entrando em um cenário em que pode superlotar novamente nossos hospitais, inclusive, o número de leitos em UTI”, alertou o especialista.


Dados dos boletins divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) apontam que os casos confirmados de Covid-19 em 24 horas saltaram de 10 no último dia 4 de outubro para 256 no dia 4 de novembro. As internações também têm apresentado aumento, subindo de 119 no dia 9 de outubro para 166 nessa segunda-feira (9).


Outro dado preocupante é com relação à procura por atendimento de pessoas com sintomas da Covid-19 no principal hospital de referência na capital acreana, o Into.


A gerente de assistência da unidade, Clícia Santos, informou ao G1 que, nas últimas duas semanas, os atendimentos tinham aumentado de forma significativa. Segundo ela, o número saltou de 80 para 240 atendimentos por dia. Somente nessa segunda-feira (9), foram atendidas 274 pessoas com sintomas da doença.


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