A Escola Estadual Dr. Mário de Oliveira realizou nesta sexta-feira, 12, em Rio Branco, a culminância do projeto O Acre Existe, que relaciona os efeitos das mudanças climáticas com a produção de alimentos e as práticas culinárias tradicionais do estado. A iniciativa promove consciência ambiental, hábitos alimentares sustentáveis e, ao mesmo tempo, fortalece a valorização da cultura local.

O projeto envolveu 24 turmas dos turnos da manhã e da tarde, cada uma representando um município acreano. As classes trabalharam aspectos como geografia, culinária, impactos ambientais e manifestações culturais, sempre a partir de uma abordagem interdisciplinar. O resultado foi uma feira pedagógica interativa, com cartazes, apresentações culturais e degustação de comidas típicas.
Com forte adesão da comunidade escolar e familiar, a ação mostrou como a educação pode ser instrumento de integração social, preservação cultural e reflexão sobre os desafios climáticos atuais.
Para a coordenadora de ensino Rosely Cordeiro, a proposta surgiu da experiência da Semana Pedagógica do ano anterior: “No ano passado trabalhamos o tema Acre em Foco. Este ano evoluímos para O Acre Existe, trazendo como eixo central as mudanças climáticas e a culinária acreana. Os alunos e professores pesquisaram sobre cada município, relacionando fenômenos como secas, alagações e queimadas com a produção de alimentos e os pratos tradicionais. O mais bonito foi ver o envolvimento coletivo: professores, estudantes, merendeiras, famílias e até a comunidade ajudaram a construir esse momento”.

A participação dos estudantes foi um dos pontos altos. Júlia Eduarda da Silva, aluna do 7º ano, contou que a experiência ampliou seus conhecimentos sobre a história e a cultura de seu município. “Estou achando muito legal, porque estou aprendendo mais sobre a história e a cultura do nosso município. Eu adoro participar de projetos assim, sou representante de turma e gosto de estar envolvida. Nessa feira, a gente aprende de uma forma diferente, mais divertida. A gente memoriza mais, porque associa o conteúdo à prática, à degustação, às histórias contadas. É muito bom”, disse.
A professora Josiane Miranda ressaltou que os efeitos do projeto vão além da sala de aula: “Esse trabalho conscientiza não só os alunos, mas também a comunidade. Quando os pais vêm prestigiar, passam a conhecer mais sobre a cultura, a política local e os impactos ambientais de cada município. É uma forma de valorizar nossas raízes e, ao mesmo tempo, despertar uma visão crítica sobre o presente e o futuro”.

Já a professora Aline Torres destacou o caráter inclusivo da iniciativa, que possibilita a cada aluno contribuir de acordo com suas habilidades: “Nós buscamos incluir todos. Temos, por exemplo, alunos tímidos, que sempre tiveram dificuldades de se expressar. Hoje conseguem apresentar seu trabalho com desenvoltura, mostrando o quanto evoluíram social e cognitivamente. É gratificante ver esses resultados, fruto de um esforço contínuo”.

Além das pesquisas e cartazes, os estudantes prepararam pratos regionais como farofa de casca de banana, sucos de frutas típicas e geladinhos de cupuaçu. Também trouxeram elementos culturais para enriquecer as apresentações, como canoas e plantas que remetem ao cotidiano das comunidades.
Fotos : Mardilson Gomes/SEE













































