O dólar fechou a segunda-feira em alta ante o real, mas ainda abaixo dos R$5,70, em uma sessão no geral negativa para os ativos brasileiros e marcada pela expectativa antes das decisões sobre juros no Brasil e nos EUA, na próxima quarta-feira.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou em alta de 0,61%, aos R$5,6905. No ano, a divisa acumula baixa de 7,91%.
Às 17h02 na B3 o dólar para junho — atualmente o mais líquido — subia 0,54%, aos R$5,7255.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,690
- Venda: R$ 5,690
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,683
- Venda: R$ 5,863
O que aconteceu com o dólar hoje?
Como pano de fundo das negociações cambiais estava o otimismo desencadeado na semana passada por sinalização de Pequim de que estaria analisando uma proposta de Washington para iniciar discussões comerciais, o que levantou expectativas pelo fim do impasse tarifários.
Dados fortes de emprego dos EUA na sexta também forneceram alívio aos investidores, mostrando que o mercado de trabalho do país continua estável e afastando algumas preocupações de recessão, que vinham crescendo diante da escalada do conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Em uma das mais recentes notícias sobre a política tarifária, o presidente Donald Trump disse no domingo que os EUA estão se reunindo com muitos países, incluindo a China, para tratar de acordos comerciais, e que sua principal prioridade com Pequim é garantir um acordo comercial justo.
Em relação ao Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou no domingo que conversou com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre a política tarifária norte-americana, apontando que os dois países estão negociando os “termos de um entendimento” em relação à questão.
Ao longo da semana, as atenções se voltarão para decisões de bancos centrais. O destaque será o anúncio do Fed na quarta-feira, com a expectativa de que manterá a taxa de juros inalterada. O Banco da Inglaterra, por sua vez, divulgará sua decisão na quinta-feira.
O Comitê de Política Monetária (Copom) publicará sua decisão na quarta, tendo já anunciado anteriormente que deve elevar a taxa Selic, agora em 14,25% ao ano, em uma magnitude menor que os aumentos anteriores recentes de 1 ponto percentual.
Operadores estão projetando 74% de chance de o Copom elevar a Selic em 0,5 ponto, com 26% das apostas apontando para uma alta menor, de 0,25 ponto.
O foco dos investidores estará principalmente na forma como as autoridades desses bancos centrais veem os impactos das incertezas comerciais no crescimento econômico e na inflação.
“A escalada das tensões comerciais globais… introduziu novas incertezas ao panorama internacional. Para o Brasil, contudo, os efeitos esperados são de natureza desinflacionária, embora ainda persistam algumas dúvidas”, disseram analistas do BTG Pactual em relatório.
Na cena doméstica, analistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus alteraram a projeção para o nível da taxa básica de juros ao fim deste ano pela primeira vez em 17 semanas, enquanto mantiveram a expectativa para 2026.
O levantamento mostrou que a mediana das projeções para a Selic ao fim de 2025 agora é de 14,75%, após 16 semanas consecutivas em que a expectativa esteve em 15,00%, enquanto para 2026 a previsão continua sendo de que a taxa atingirá 12,50%.