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Mãe de piloto desaparecido na Venezuela procurou a polícia do AC em busca de notícias do filho

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A mãe do piloto Pedro Rodrigues Parente Neto, que está desaparecido desde 1º setembro e sofreu um acidente aéreo em maio desde ano no Acre, entrou em contato com a Polícia Civil de Tarauacá, no interior do estado acreano, em busca de notícias do filho. Maria Eugênia Ferreira Buta falou com o delegado Ronério Silva na última sexta-feira (6).


Na conversa, Maria explicou que o filho estava sumido há cinco dias e perguntou se o delegado não tinha notícias dele pelo Acre. “Estava desesperada, não conseguia falar com ele e se a gente não tinha notícias dele por aqui. Falei que não sabia, não tinha notícias dele por aqui [no Acre]”, explicou Ronério Silva.


O delegado contou que o piloto deixou o telefone dele com Maria Eugênia como contato no Acre. A mulher foi orientada a registrar um boletim de ocorrência e buscar a polícia. “Ela falou que ele esteve em Roraima e não teve contato mais”, resumiu.


Pedro Buta, como é conhecido, pilotava um avião que caiu no Rio Tarauacá, na cidade de mesmo nome em maio deste ano e escapou sem ferimentos. As circunstâncias do acidente, até hoje, são envolvidas em mistérios.


Além de Buta, estava no avião Wesley Evangelista Lopes, preso em 2019 por tráfico internacional de drogas e apontado como chefe de um grupo criminoso preso em 2018 transportando 450 kg de cocaína em um avião bimotor para Manaus.


Após o acidente em Tarauacá, Wesley Lopes não foi mais visto na cidade. Já Pedro Buta esteve na delegacia, prestou depoimento ao delegado Ronério Silva e negou conhecer o passado de Wesley Lopes. “Não aceitaria fazer um negócio desses. Carregar coisa errada e muito menos voar fora do padrão. Sou instrutor de voo e especialista em segurança de voo”, alegou na época ao g1.


Outro fator que gerou desconfiança na época do acidente foi a presença de uma terceira pessoa no avião, que tem capacidade para levar apenas duas pessoas. O Corpo de Bombeiros informou que, além do piloto e de Lopes, Genésio Rodrigues de Olinda, que mora no Jordão, estava na aeronave. Ele quebrou o nariz, foi atendido no hospital da cidade e transferido para Cruzeiro do Sul.


A reportagem também confirmou a presença dele na aeronave com um parente. Contudo, Pedro Buta negou que levava uma terceira pessoa no avião. “Não tinha passageiro, esse cara que se machucou estava em um barco e se machucou afobado para tentar ajudar”, disse.


Copiloto Wesley Lopes já foi preso anteriormente por tráfico internacional de drogas — Foto: Arquivo pessoal

Copiloto Wesley Lopes já foi preso anteriormente por tráfico internacional de drogas — Foto: Arquivo pessoal

Investigação

 


Diante das informações desencontradas sobre o acidente, o delegado Ronério Silva colheu depoimentos e informações para saber se havia algo ilícito dentro da aeronave, o que os envolvidos na queda faziam no estado e se têm ligação com crimes.


“Pessoas foram ouvidas sobre as causas do acidente. Pode ou não se instaurar um inquérito, o piloto foi ouvido aqui e depois foi embora. As causas do acidente são investigada pelo Cenipa [Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos]. Já nossas informações são sigilosas”, argumentou.


Após o acidente, Ronério Silva disse que Pedro Buta o avisou que ainda estava no Acre passando uns no Jordão para fazer um trabalho. “Disse que iria fazer uma tese de mestrado ou doutorado. Ele ficou alguns dias no Jordão. Foi ouvido como testemunha e vítima do acidente”, confirmou.


O delegado disse que não pode revelar o que foi levantado até o momento sobre o acidente para não atrapalhar as investigações. “Qualquer fato novo pode ter ligação com aquela queda. É muita suspeita tanto a vinda dele para cá como para Roraima, que são dois lugares próximos”, destacou.


Desaparecimento na Venezuela

Pedro Buta está desaparecido desde 1º de setembro – a Polícia Federal investiga o caso. Ele foi contratado por um empresário brasileiro do ramo da mineração, Daniel Seabra de Souza, para levar uma aeronave de Goiânia para a Venezuela.


O piloto foi visto pela última vez com a aeronave que pilotava, o monomotor Bellanca Aircraft, na cidade de Caicara del Orinoco, na região central da Venezuela. Era lá que, segundo o empresário, o monomotor Bellanca Aircraft deveria ser entregue.


Um documento informa que o piloto entregou a aeronave para Daniel em 17 de agosto, na Venezuela. O termo é assinado tanto por Pedro como por Daniel.


Porém, ainda segundo Daniel, eles permaneceram em uma fazenda até que, em 1º de setembro, Pedro Buta e o avião desapareceram. O empresário diz desconhecer o paradeiro e que soube que um homem desconhecido estava junto com ele.


“Dia 4 de setembro, nós iríamos regressar ao Brasil porque dia 6 tinha que fazer o CVA [Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade] da aeronave. No dia 1º, encontrei o Pedro pela manhã, ele me cumprimentou. Dali, eu saí para os meus afazeres e não vi mais o Pedro. Mais tarde, eu mandei mensagem para ele, ele não respondeu. Na segunda-feira, fui fazer minhas coisas, mandei mensagem, ele não respondeu. Eu falei, ‘uai, será o que está acontecendo?’ Aí, foi que eu tive a informação que nem ele nem o avião estavam lá. E que ele teria saído com um terceiro que não tem, que eu não conheço, não tem identificação de quem é esse terceiro”, disse Daniel.


O caso veio à tona depois que a mãe do piloto, Maria Eugenia Buta, estranhou a falta de notícias do filho.


“O último contato que eu tive com ele via WhatsApp foi no domingo, 1º de setembro. Até então, eu pensava que ele estava na Bahia. Porque, pensando em me proteger de preocupação, ele não havia me relatado que estava na Venezuela”, disse.


A suspeita é que a aeronave tenha deixado o Brasil e ingressado na Venezuela de maneira ilegal. Isso porque, segundo mensagens trocadas entre o piloto e o empresário, Buta diz que desligaria, transponder – o dispositivo eletrônico que permite que ele seja rastreado.


Também não há registros de que a aeronave tenha obtido autorização para entrar no país de forma legal.


Suposta troca de mensagens entre o piloto e o dono da aeronave — Foto: Reprodução/TV Globo

Suposta troca de mensagens entre o piloto e o dono da aeronave — Foto: Reprodução/TV Globo

A Força Aérea Brasileira (FAB) informou que o último plano de voo registrado pela aeronave foi no dia 17 de agosto, partindo de Boa Vista, em Roraima, às 8h17, com destino a uma fazenda, localizada em Amajari – cidade em Roraima que fica próximo à fronteira com a Venezuela.


Ainda segundo a FAB, o sinal do avião foi perdido ao entrar em espaço aéreo sem cobertura de radar e não há registros de nova decolagem do avião. “Até o momento as informações são insuficientes para que seja possível realizar buscas utilizando meios aéreos”, diz a nota.


“O senhor Daniel Seabra afirma que passou o domingo em Caicara com o Pedro. E ele fala calmamente. Aí, na segunda-feira, o Pedro pegou o avião e sumiu. Alguém viu o Pedro pegar o avião? Como que uma pessoa pega um avião e ninguém vê, numa fazenda, que ele está decolando? Eu preciso, eu preciso encontrar meu filho.”


 


O Ministério das Relações Exteriores afirmou que acompanha o caso por meio da Embaixada do Brasil em Caracas, capital venezuelana, que presta a assistência consular aos familiares do brasileiro e está em contato com as autoridades locais.


 


Fonte: G1 Acre

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