O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão ligado à Força Aérea Brasileira (FAB), já começou a extrair e transcrever os áudios e dados das caixas-pretas do ATR-72-500 da Voepass que caiu nesta sexta-feira (9), em Vinhedo, no interior de São Paulo.
O desastre deixou 62 mortos. O órgão estima que em um mês divulgará os primeiros resultados da investigação sobre o maior acidente aéreo em solo brasileiro em 17 anos.
O gravador de voz da cabine do avião (Cockpit Voice Recorder) e o gravador de dados de voo (Flight Data Recorder) foram encaminhados ao Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo em Brasília na manhã de sábado (10). Segundo o Cenipa, os trabalhos de extração dos dados vão seguir de forma ininterrupta.
O próximo passo será a análise dos dados extraídos, quando as equipes vão se debruçar sobre as atividades do voo, o “ambiente operacional e os fatores humanos”. A Cenipa ainda vai fazer um estudo pormenorizado de componentes, equipamentos, sistemas e infraestrutura do avião que caiu nesta sexta-feira.
Os relatórios finais do Cenipa costumam levar em média dois anos e sete meses para serem divulgados.
As equipes de resgate finalizaram na tarde deste sábado a remoção das 62 vítimas do acidente. Os corpos foram encaminhados para o Instituto Médico-Legal de São Paulo para a identificação e liberação às famílias.
Especialistas em segurança de voo suspeitam que a formação de gelo nas asas do avião teria levado a aeronave a estolar – perder a sustentação e entrar em queda livre, uma situação que é chamada de parafuso chato. A Rede de Meteorologia do Comando da Aeronáutica emitiu um alerta com previsão de formação de gelo severo na região em que o avião da Voepass caiu.
A Voepass diz que a aeronave estava em boa condição e havia passado por manutenção. O modelo é considerado seguro.
A análise das caixas-pretas deve esclarecer principalmente a dinâmica dos últimos minutos do voo 2283. Também pode indicar se teria havido, ou não, alguma comunicação de emergência por parte da aeronave da Voepass. O Cenipa, afirmou que não foi registrado informe, entre os órgãos de controle, sobre problemas durante o voo.
Cauda e motores
A Força Aérea Brasileira (FAB), por meio do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), realizou neste domingo (11) trabalho para remoção dos motores e da cauda da aeronave da Voepass que caiu em Vinhedo, no interior de São Paulo.
Os motores serão inicialmente armazenados em São Paulo (SP), nas instalações do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA IV), Organização Militar da FAB subordinada ao Cenipa, para o prosseguimento das devidas averiguações técnicas.