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Bolsa fecha aos 131 mil pontos pela 1ª vez desde fevereiro; dólar fica abaixo de R$ 5,50

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O Ibovespa renovou a máxima desde fevereiro e o dólar recuou ante o real nesta segunda-feira (12), com investidores em todo o mundo à espera de novos dados da inflação dos Estados Unidos que serão publicados nesta semana.


No cenário doméstico, o mercado acompanhou falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, enquanto economistas elevaram as expectativas para a inflação.


O principal índice da bolsa brasileira encerrou o dia com alta de 0,38%, aos 131.115 pontos, sustentado pela alta forte da Petrobras em dia de disparada do petróleo no mercado global. As ações preferenciais (PETR4) subiram 2,27%, enquanto ordinárias (PETR3) ganharam 2,79%.


Na direção oposta, Azul (AZUL4) perdeu quase 11,95% com reação negativa dos mercados aos dados do segundo trimestre que mostraram prejuízo de R$ 744 milhões no período.


É a primeira sessão que o Ibovespa encerra acima dos 131 mil pontos desde o fim fevereiro.


O clima de expectativa do cenário internacional fez o dólar fechar em queda de 0,3% ante o real, negociado a R$ 5,498, na quinta sessão seguida de desvalorização.


Cenário doméstico

O dia também foi de atenção com fala de autoridades no país. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que “alguns detalhes estão sendo negociados” no texto da regulamentação da reforma tributária.


O chefe da equipe econômica se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e líderes de governo no Congresso Nacional nesta manhã.


Embora o projeto que dá diretrizes sobre os tributos que serão cobrados ao consumidor tenha tido um bom andamento na Câmara dos Deputados, os senadores estão mais duros quanto ao texto, especialmente no que tange a zona franca de Manaus.


O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também falou em evento no Rio e disse que está “sedimentado” entre os diretores da autarquia a mensagem consensual de que farão o que for preciso para trazer a inflação para a meta independentemente de quem for o presidente da autarquia.


Campos Neto ainda afirmou que o ambiente de inflação acima da meta e expectativas desancoradas é motivo de preocupação, acrescentando que o BC tem feito o máximo para mostrar que suas decisões são técnicas.


“Essa fala de Campos Neto abre margem de que se a inflação não for controlada, o banco central pode sim aumentar novamente os juros do país, quer queira o presidente ou não”, afirma Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.


“Na minha visão, isso demonstra que a situação fiscal do país está sendo gerida de perto e com muita cautela, tanto pelo banco central, quanto pelo governo que está se empenhando para entregar os cortes de gastos prometidos”.


Mais cedo, o boletim Focus mostrou nova piora da expectativa da inflação pelos analistas, que passou para 4,2%, na quarta semana seguida de revisão negativa.


Para 2025, a expectativa sofreu um leve ajuste para baixo, passando de 3,98% para 3,97%.


O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.


Também na pauta de inflação, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, também pontuou nesta segunda que possível alta da Selic está na mesa do Comitê de Política Monetária (Copom).


O diretor reafirmou, no entanto, que o BC não forneceu nenhum tipo de indicação sobre o que será feito nas próximas reuniões do Copom.


Contexto internacional

Nesta semana, os mercados globais avaliarão novos dados de inflação nos EUA, com destaque para a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de julho na quarta-feira (14), em busca de sinais sobre a trajetória dos juros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA).


Economistas consultados pela Reuters esperam que o índice acelere para uma alta de 0,2% na base mensal, ante uma queda de 0,1% no mês anterior. Em 12 meses, a projeção é de alta de 3%, mesmo valor registrado em junho.


Um dia antes, estarão no radar os números para os preços ao produtor dos EUA em julho, que podem ter algum impacto nas negociações, ainda que certamente menor de que os dados sobre a inflação ao consumidor.


Agentes financeiros dão como certo um corte de juros pelo Fed em sua próxima reunião em setembro, mas ainda estão divididos sobre o tamanho da redução, com as apostas mostrando chances iguais de um corte de 25 ou 50 pontos-base.


No início da semana passada, o corte de 50 pontos-base era dado como certo diante de crescentes temores de uma recessão nos EUA após dados de emprego fracos em julho. Essa perspectiva ficou mais incerta nos dias seguintes, com a divulgação de números econômicos mais favoráveis e falas apaziguadoras de autoridades do banco central norte-americano.


Quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos dos Treasuries caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.


Uma atenção especial ainda se concentra no iene, uma vez que as oscilações da moeda japonesa nas últimas semanas, fomentadas pela reversão da demanda por empréstimos em iene, têm provocado ampla volatilidade em mercados de todo o mundo.


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