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Apex: com apoio de Jorge Viana, ‘Negócio da China’ leva café da Amazônia para a Ásia

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Uma reportagem da jornalista Andrea Jubé, do jornal Valor Econômico, narra nesta sexta-feira, 9, o trabalho da Agência Brasileira de Promoção à Exportação (ApexBrasil) para intermediar “negócio da China” que ajudou a aumentar a exportação de café da região amazônica. Ela afirma que em tempos amargos e de “segundas sangrentas”, de colapso dos mercados, aversão ao risco e incertezas fiscais, a boa notícia, quem diria, vem do café, bebida amargosa que acende e aquece o nosso cotidiano. “E vem do café da Amazônia, cada vez mais popular, em meio aos preparativos para a Cúpula Mundial do Clima (COP30) que em 2025 será em Belém (PA), na região amazônica”, cita trecho da reportagem.


O material publicado no Valor, destaca que o governo já bateu bumbo para a notícia de que a maior rede de cafeterias da China assinou, no começo de junho, um acordo com a Agência Brasileira de Promoção à Exportação (ApexBrasil) no valor de US$ 500 milhões para a compra de 120 mil toneladas de café “robusta amazônico”.


A empresa chinesa é a “Luckin Coffee”, o “café da sorte”, mas que os chineses traduziram para a comitiva brasileira, liderada pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), Geraldo Alckmin, como o “café da felicidade”. De fato, arrancou sorrisos das autoridades brasileiras: em 2022, os chineses haviam destinado US$ 80 milhões para o café brasileiro, número que saltou para US$ 280 milhões em 2023, e para meio bilhão de dólares neste ano.


A cifra atraente do negócio de US$ 500 milhões com a China ganhou ampla divulgação, porém, não a opção dos chineses pelo café amazônico – iguaria que tem o dobro de cafeína do que o campeão de vendas arábica, em especial, o mineiro.


Dados da Apex mostram que cerca de 75% do café brasileiro exportado é arábica, e somente 25% é canéfora (ou conilon) – cultivado no Espírito Santo, em Rondônia e no Acre. O café amazônico é resultante do cruzamento do conilon com o robusta, com assessoria técnica da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).


O presidente da Apex, Jorge Viana, mostrou à coluna a discrepância entre as exportações das regiões Norte e Nordeste, em especial em comparação com o volume total de vendas ao exterior. No ano passado, o Brasil exportou cerca de US$ 340 bilhões em produtos nacionais; desse total, o Norte foi responsável por US$ 29,4 bilhões (impulsionado pela Vale, no Pará), e o Nordeste por US$ 24,9 bilhões.


Diante desse cenário, Viana decidiu criar programas voltados a turbinar as vendas de produtos dessas duas regiões. Foi nessa conjuntura que, em novembro, ele trouxe para o Brasil 23 compradores de 11 países: Estados Unidos, China, Emirados Árabes, Reino Unido, África do Sul, Armênia, Bélgica, Canada, Grécia, Jordânia e Paraguai. “Agora a gente está trazendo quem compra para conhecer aqui os nossos produtos”, argumentou.


Ele levou os potenciais compradores até o município de Cacoal, considerado a capital do agronegócio de Rondônia, para conhecer os produtores locais. O grupo ainda visitou a Aldeia Lapetanha, do povo Paiter Suruí, pioneiros na criação de uma agência de etnoturismo indígena. Os empresários almoçaram com os índios e saborearam o café de alta qualidade dos indígenas. Após uma premiação em 2019, o Povo Suruí fechou parceria com uma grande marca nacional, que compra 90% dos grãos colhidos, enquanto o restante é dividido entre os indígenas.


Um desses empresários era um chinês representante da “Luckin Coffee”, que manifestou o interesse pela compra do café amazônico. Sete meses depois, Alckmin e Jorge Viana assinaram o contrato com os chineses em Pequim. A empresa controla 19 mil cafeterias na China – no país asiático, a rede Starbucks, gigante americana, tem cerca de 6 mil unidades.


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