Três dos nove estados amazônicos concentraram, em julho, 77% da remoção florestal, sendo que o Acre participa com 22% desse total. Amazonas (28%) e Pará (27%) completam o trio que lidera o ranking, sendo responsáveis por 495 quilômetros quadrados. Os dados foram atualizados no fim de semana pelo Sistema de Alerta de Desmate (SAD) do Imazon.
Além disso, oito dos dez municípios que mais derrubaram a vegetação amazônica fazem parte desses estados, quatro estão localizados no Amazonas, dois no Pará e dois no Acre.
O Estado do Amazonas vem se consolidando como um novo epicentro de desmatamento. Quando se observa a devastação nas unidades de conservação, a atividade teve um crescimento de 14%, indo de 43 km² em julho de 2023 para 49 km² em julho de 2024. Entre as dez UCs mais desmatadas no período, seis estão dentro do estado do Acre e outras duas no Pará. A Resex Chico Mendes, no Acre, que estava em sétimo lugar no ranking do mês anterior, passou para a primeira colocação em julho, perdendo uma área equivalente a 700 campos de futebol de floresta.
A pesquisadora do Imazon, Larissa Amorim, explica que, apesar do aumento dos números para o mês nessa categoria fundiária, as unidades de conservação, terras indígenas e territórios quilombolas funcionam como barreiras contra a destruição florestal, por isso, a atividade é sempre menor dentro dessas regiões, “os órgãos responsáveis devem viabilizar o processo de destinação de terras públicas para a criação de novas áreas protegidas, além de acelerar a titulação de territórios quilombolas e a homologação de terras indígenas. Assim, será possível promover uma maior defesa da floresta por meio da lei, combater a grilagem de terras e melhorar a segurança dos povos e comunidades locais”, comenta.