Dois homens e uma mulher realizaram neste sábado, 8, o sonho de voltar a enxergar, através do transplante de córnea. Os três pacientes passaram pelo procedimento na Fundação Hospital Estadual do Acre, referência em transplantes na região norte.
Vítima de um acidente de trânsito em 2021, o jovem Carlos Daniel Barbosa, de apenas 23 anos, foi um dos beneficiados. Morador de Sena Madureira, ele estava aguardando pelo transplante há dois anos. “O meu [caso] foi acidente em 2021. Deu uma pancada no olho aí, teve o trauma de córnea que rasgou, e eu tive que fazer uma cirurgia e agora vou fazer o transplante de córnea (….) eu fiquei esperando, e me mandaram mensagem falando pra que eu ia me internar. Agora é torcer que dê tudo certo”, relatou o paciente.
A médica cirurgiã Natália Moreno, responsável por ao menos 200 transplantes ao longo de sua carreira, é quem realiza os transplantes na Fundhacre. “Nosso trabalho iniciou em 2009, então a gente já está caminhando para 15 anos de árduo trabalho diário, porque, para que a gente chegue hoje para realizar o transplante, tem toda uma logística, tanto em relação ao paciente, material, como o órgão propriamente dito. Nós tentamos fazer o melhor, sempre. Para que as dificuldades dos pacientes sejam superadas e eles se tornem pessoas ativamente profissionais e consigam voltar tanto para o seu convívio profissional. Essa é uma das coisas mais importantes (…) Então, a gente acaba ouvindo muitas histórias, e isso é muito bom, pois o aprendizado do outro nos ensina todos os dias”, pondera a médica.
Atualmente, a Fundhacre é habilitada para transplantes de órgãos sólidos: fígado e rim, além de tecidos: córnea. Com um saldo de 96 transplantes renais, 329 transplantes de córnea e 86 transplantes hepáticos, totalizando 511 procedimentos, o Estado se consolida cada dia mais como referência na região, atendendo não apenas acreanos, mas pacientes de todo o Brasil e exterior referenciados via Sistema Único de Saúde (SUS).
A coordenadora do Serviço de Transplantes da Fundhacre, Valéria Monteiro, reforça o sucesso do programa do governo do Estado. “Nós ficamos muito felizes a cada cirurgia realizada, seja de fígado ou córnea e, em breve, as cirurgias de rim novamente, porque é um trabalho feito com apoio de muitas mãos. E ver a transformação que esse trabalho gera na vida de cada paciente é muito especial”, destaca.