Pesquisar
Close this search box.
970x250 (1)

Arthur Lira anuncia comissão na Câmara, mas diz que PL do Aborto fica para 2º semestre

arthur lira
Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados (Foto: Lula Marques/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou, na noite de terça-feira (18), que irá criar uma comissão para debater o projeto de lei que equipara o aborto, após a 22ª semana de gestação, ao homicídio.


Segundo o deputado, a comissão terá representantes de todos os partidos.


Lira anunciou, ainda, que a proposta será debatida apenas no segundo semestre, depois do recesso parlamentar.


“Reafirmar a importância do amplo debate. Isso é fundamental para exaurir todas as discussões, para se chegar a um termo que crie, para todos, segurança jurídica, humana, moral e científica sobre qualquer projeto que possa a vir a ser debatido na Câmara”, afirmou o presidente da Câmara.


“Nunca fugiremos a essa responsabilidade de fazer o debate e fazê-lo com exatidão e nunca faltar com espírito aberto e democrático para que a sociedade participe”, completou Lira.


O adiamento do debate ocorre após críticas ao projeto por equiparar o aborto a homicídio e impor uma pena maior à mulher que faz o procedimento do que a um estuprador – e também pelo fato de os deputados federais terem aprovado regime de urgência para a proposta, o que significa votar diretamente no plenário, sem passar por discussões nas comissões da Casa.


De acordo com o presidente da Câmara, a pauta e as decisões da Casa não são tomadas de forma monocrática, mas dentro do colegiado.


Em entrevista coletiva, acompanhado de líderes partidários e representantes de bancadas, Lira garantiu que o texto a ser aprovado na Câmara não terá retrocessos ou causará danos aos direitos das mulheres.


“Quero reafirmar que nada nesse projeto retroagirá nos direitos já garantidos e nada irá avançar para trazer qualquer dano às mulheres”, disse.


De acordo com o projeto, o aborto, depois de 22 semanas de gravidez, será considerado crime de homicídio em qualquer situação, mesmo em caso de estupro.


Atualmente, a legislação permite o procedimento nos casos em que a mulher foi vítima de estupro, a gestação traz risco para vida da mãe ou anencefalia do feto.


Entenda o PL do Aborto

O Projeto de Lei 1904/24 equipara o aborto acima de 22 semanas de gestação ao homicídio, aumentando de 10 para 20 anos a pena máxima para quem fizer o procedimento.


O texto fixa em 22 semanas de gestação o prazo máximo para abortos legais. Hoje, a lei permite o aborto nos casos de estupro, risco de vida à mulher e anencefalia fetal (quando não há formação do cérebro do feto). Atualmente, não há no Código Penal um tempo máximo de gestação para o aborto legal.


Na legislação atual, o aborto é punido com penas que variam de 1 a 3 anos de prisão, quando provocado pela gestante; de 1 a 4 anos, quando médico ou outra pessoa provoque um aborto com o consentimento da gestante; e de 3 a 10 anos, para quem provocar o aborto sem o aval da mulher.


Se o projeto de lei for aprovado, a pena para as mulheres vítimas de estupro será maior do que a dos estupradores, já que a punição para o crime de estupro é de 10 anos de prisão, e as mulheres que abortarem, conforme o projeto, podem ser condenadas a até 20 anos.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
1200 x 250 gif

Últimas Notícias