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Fim do ciclo de queda da Selic piora mercado de crédito e pode aumentar recuperações judiciais

economia renda dinheiro 02

A manutenção da Selic em 10,5% foi mais um balde de água fria no mercado de crédito, que enfrenta uma tendência de contração do crédito.


A estabilização da taxa de juros em patamares mais altos deve piorar os dados do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) que já demonstravam que desde agosto de 2022 a tendência era de queda quando o indicador é comparado com o mesmo intervalo do ano anterior.


No período analisado até maio deste ano, somente 2 meses se mostram positivos: novembro de 2022 (+20%) e outubro de 2023 (+6%).


Nos últimos seis meses, o INDC registrou queda da ordem de dois dígitos, sempre na comparação anual. Em abril, o recuo foi de 12%.


A oferta de recursos a empresários e pessoas físicas se tornou mais apertada por conta de fatores como juros altos e elevada inadimplência, o que impacta os custos das instituições financeiras.


Claudia Cisneiros, diretora-executiva do Ceape Brasil, instituição que atua com microcrédito no país, explica que o valor médio dos empréstimos só não sofre ajustes maiores devido ao conservadorismo das próprias instituições financeiras.


“Buscamos evitar conceder empréstimos muito elevados e fazer com que a pessoa fique cada vez mais endividada, até porque muitos estão na informalidade e têm dificuldades em lidar com as finanças”.


Recuperação Judicial

Os setores de serviços e varejo são os mais vulneráveis neste contexto de custos elevados e restrição do crédito.


Utcho Levorin, sócio e diretor de gestão da Multiplica Crédito e Investimentos, diz que isso dificulta a operação e expansão das empresas desses setores.


Outro setor afetado, segundo ele, é o agropecuário, que vinha apresentando bom desempenho até recentemente, mas agora enfrenta desafios adicionais devido às quebras de safra. “Recuperações judiciais, antes raras neste setor, estão se tornando mais frequentes”, acrescenta Levorin.


Rodrigo Gallegos, sócio da consultoria RGF e idealizador do Monitor RGF da Recuperação Judicial (RJ), também afirma que sem as novas reduções da Selic, as empresas podem esperar um impacto negativo no cenário de crédito tanto com a restrição e encarecimento de novas concessões, quanto na maior dificuldade de aprovação de renegociação dos créditos atuais.


“Este nível elevado de juros está estrangulando o caixa de muitas empresas através do custo financeiro dos endividamentos”, diz.


Com isso, os números do monitor RGF da Recuperação Judicial, que já mostram um crescimento das Recuperações Judiciais, devem manter o ritmo ao longo do 2º semestre deste ano.


O Índice RGF de Recuperação Judicial (IRJ-RGF) nacional teve uma piora no 1º trimestre de 2024 e o número absoluto de empresas em Recuperação Judicial no país aumentou em 158 (considerando entradas e saídas), pulando de 4.045 para 4.203 (+3,9%).


O monitor acompanha empresas ativas de pequeno, médio e grande portes.


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