Dólar sobe e fecha o dia a R$ 5,357, o maior valor desde 4 de janeiro de 2023

O dólar à vista mais uma vez ganhou força ante o real e encerrou a segunda-feira na maior cotação em mais de um ano. A divisa americana chegou ao final dos negócios cotada a R$ 5,357, a maior cotação desde o dia 4 de janeiro de 2023.


A valorização está alinhada com o avanço da divisa no exterior, em que o cenário político europeu pesou sobre o euro.
As incertezas em torno da questão fiscal brasileira e seus impactos sobre a política de juros do Banco Central também contribuíam para o avanço das cotações.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista subiu 0,61%, a R$ 5,356 na compra e R$ 5,357 na venda. Essa é a maior cotação desde os R$ 5,452 do dia 4 de janeiro de 2023. Já o contrato futuro de primeiro vencimento estava praticamente estável na B3, com pequena variação negativa de 0,05%, aos 5.362 pontos por volta das 17h30.


Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.


Dólar comercial

Compra: R$ 5,356


Venda: R$ 5,357


Dólar turismo

Compra: R$ 5,384


Venda: R$ 5,564


O que acontece com a moeda?

Ajustes técnicos, cenário externos e a preocupação fiscal com o Brasil são os fatores que explicam mais uma alta do dólar.


Na sexta-feira, rumores de que o governo teria sinalizado a possibilidade de mudanças no atual arcabouço fiscal aceleraram os ganhos do dólar, ainda que depois eles tenham sido desmentidos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.


O dólar à vista fechou sexta em alta de 1,44%, aos R$ 5,3247, mas o dólar para julho — que encerra a sessão mais tarde — andou bem mais, terminando em alta de 1,80%, cotado a R$ 5,3650.


Esta discrepância de R$ 0,04 entre os fechamentos levou a ajustes técnicos nesta segunda-feira. Na prática, percentualmente o dólar à vista subiu mais durante a sessão, enquanto a moeda para julho apresentou altas mais modestas.


“É mais um ajuste técnico do que qualquer coisa”, comentou durante a tarde Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora, ao justificar o avanço mais intenso do dólar ante o real no mercado à vista.


No início da sessão, o dólar à vista chegou a oscilar no território negativo, marcando a mínima de 5,3155 reais (-0,17%) às 9h13. Mas as cotações aceleraram ainda nas primeiras horas do dia, com a moeda à vista atingindo a máxima de 5,3901 reais (+1,23%) às 10h17.


A alta superior a 1% era justificada pelos ajustes técnicos em relação a sexta-feira e pelo avanço do dólar também no exterior ante as divisas fortes e boa parte das moedas de emergentes.


Em especial, o euro era penalizado após o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciar que dissolveria o Parlamento e convocaria novas eleições legislativas para o final deste mês, depois de ter sido derrotado nas eleições europeias pelo partido de extrema-direita de Marine Le Pen.


Além do exterior, profissionais ouvidos pela Reuters citaram o desconforto com o cenário fiscal brasileiro como motivo para que as cotações se mantivessem em patamares elevados.


“O mercado está com um ‘trade’ mais cauteloso com juros (futuros), porque há incerteza com o fiscal e com a política monetária por aqui. Tudo isso é um fator de insegurança, então talvez a gente tenha apenas um gatilho vindo da Europa”, disse Cleber Alessie Machado, gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, ao avaliar os motivos para o dólar se manter em alta nesta segunda-feira inclusive no mercado futuro — cujas cotações já haviam andado mais na sexta.


Internamente, a cautela antes da divulgação de dados econômicos importantes também permeava os negócios: na terça-feira sai a inflação oficial de maio no Brasil e na quarta será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos EUA, além da decisão de política monetária do Federal Reserve.


No fim da tarde, o dólar seguia em alta ante boa parte das demais divisas. Às 17h16, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,07%, a 105,130.


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