As gêmeas siameses Aylla Sophia e Allana Rhianna seguem internadas com a mãe Alice Fernandes Silva, de 18 anos, no Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), no Distrito Federal, se alimentam por sonda e estão no oxigênio. As crianças dividem um único coração, o fígado e o intestino.
O estado de saúde das gêmeas foi confirmado pela mãe. “Eles [médicos] dizem que não tem como fazer cirurgia porque é só um coração e malformado e também um fígado e um intestino, então, é impossível fazerem uma cirurgia mesmo que seja pra salvar só uma. Não tem como”, lamentou a agricultora.
As crianças nasceram no último dia 3 em Brasília. Alice foi transferida de Rio Branco para a capital do país no dia 26 de abril para ser acompanhada por uma equipe especializada. As gêmeas pesaram 1,8 quilo.
As meninas não estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e nem foram para a incubadora. Ainda segundo Alice, as expectativas dos médicos não são boas. Os bebês seguem passando por exames e avaliações. “Falam que elas não vão sobreviver por muitos dias porque só é um coração mesmo. Só confirmaram o que os outros médicos já tinham falado quando estavam na minha barriga”, lamentou.
Grávida de siamesas
Alice descobriu que estava grávida das siamesas no início de março durante um exame de ultrassom em Brasiléia, interior do Acre. Logo depois, a jovem foi transferida para Rio Branco para um acompanhamento especializado. No mundo, a taxa de nascimentos de gêmeos siameses é de um a cada 60 mil partos.
A família mora no Ramal Santa Luzia, Seringal Apudí, zona rural de Brasiléia. Ela contou aog1, no dia 19 de abril,que fez o primeiro exame de ultrassom logo no primeiro mês de gestação. O médico que a atendeu disse que era apenas um bebê. A gravidez foi planejada pelo casal e Alice começou a organizar a chá revelação.
Cerca de cinco semanas depois, Alice voltou a fazer outro exame e, logo no início do processo, o médico já percebeu que se tratava de uma gravidez de gêmeas siamesas e a encaminhou para a capital acreana.
“Estava tudo preparado para o chá revelação, foi tudo cancelado e vim para Rio Branco. Tinha comprado poucas roupinhas e quando cheguei aqui ganhei outras coisas, mas não tenho o enxoval completo. Temos gastado muito aqui com passagens e, por isso, não tenho o enxoval”, relembrou.
No ultrassom, Alice e o marido ouviram a explicação da médica sobre a ligação das meninas.
Acompanhamento
Em Rio Branco, Alice ficou internada cerca de dez dias fazendo vários procedimentos com os profissionais da capital. Após receber alta, ela foi morar com uma prima no bairro Adalberto Aragão e toda semana ia para consulta com uma ginecologista na Policlícina do Tucumã.
Na época, por causa da complexidade do caso, a Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) solicitou uma vaga de internação ao Central Nacional de Regulação da Alta Complexidade (CNRAC), banco de dados que informa os serviços disponíveis em todo o país. A equipe tentou vaga em São Paulo, porém, houve recusa pelo grau de complexidade.
As equipes receberam uma sinalização de vaga na Regulação de Interestadual de Brasília (DF). Alice e a mãe viajaram pelo Tratamento Fora de Domicílio (TFD) e Adriano seguiu depois para acompanhá-las.
Fonte:G1 Acre