Elvis Riola de Andrade, de 46 anos, seguirá solto, após uma decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso. Ele é conhecido como “Cantor” e já integrou a diretoria da escola de samba Gaviões da Fiel, em São Paulo.
O ministro encerrou a ação na última terça-feira (28), na qual o Ministério Público de São Paulo e a Procuradoria Geral da República tentavam restabelecer a prisão do Cantor.
Na decisão de Barroso, ele manteve a decisão favorável a Riola pela 5 ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que teve julgamento unânime e trânsito em julgado, ou seja, encerrado definitivamente.
Além disso, a liminar já foi confirmada, sendo assim, o pedido para o Cantor retornar à prisão ficou “prejudicado”, conforme decidiu Barroso.
“Julgo prejudicado o pedido de suspensão de liminar”, declarou o magistrado.
Na ação, o procurador-geral da República Paulo Gonet citou o caso do traficante André Oliveira Macedo, o André do Rap, que foi solto após decisão do ministro do Supremo Marco Aurélio Mello, em outubro de 2020. À época, após o STF suspender a decisão, do Rap já havia fugido. Ele segue foragido.
Cantor deportado
Em abril deste ano, o Cantor foi deportado da Bolívia, ao ser barrado no Aeroporto de Santa Cruz de La Sierra, onde tentou desembarcar. Na ocasião, ele estava acompanhado por um dos advogados de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, que é apontado como o líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), e de um outro suposto integrante da facção.
O Cantor não poderia sair do Brasil por conta de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que garantiu a liberdade dele desde que ele entregasse o passaporte à Justiça.
Três meses antes de ser barrado, ele já havia sido capturado pela polícia boliviana e extraditado para o Brasil, onde foi liberado por não existir mandado de prisão contra ele.
Riola tem histórico de resgate em cadeia, roubo a transportadora, homicídio a agente penal e tráfico de drogas e armas.
Vida de luxo na Bolívia
Até a sua prisão, em janeiro deste ano, Riola levava uma vida de luxo na cidade de Santa Cruz de La Sierra, segundo o Ministério Público Paulista, com direito até a “chofer” no país vizinho, onde vivia com a mulher e cinco filhos.
Segundo as investigações, ele possuía bares, restaurantes, veículos importados, além de um motorista particular.