Ana Cristina Silva de Andrade, de 32 anos, moradora da regional do Calafate, em Rio Branco, está desesperada por atendimento médico devido a um agravamento de seu quadro de saúde. Ela espera pela realização do atendimento há meses na Fundação Hospital Estadual do Acre – Fundhacre, mesmo local onde a filha e a avó (mãe de criação) faleceram à espera de atendimento especializado, segundo ela (veja o vídeo no fim da matéria).
Com endometriose e diabetes, Ana Cristina conta que passou a sofrer há anos com fortes dores abdominais e em uma das pernas, mesmo sintoma que levou a avó ao óbito no ano passado. Cansada de esperar pela saúde do Acre, viajou por conta própria e com ajuda de doações para um hospital público de Rondônia, onde estava prestes a resolver cirurgicamente o problema da endometriose quando o médico anestesista que faria o procedimento foi convocado para trabalhar no Acre. “A doutora me disse que eu deveria retornar ao Acre porque não tinha a previsão de retorno de anestesista”, afirma Ana.
Na volta ao estado, a acreana recebeu a notícia de que todo o avanço que conseguiu em Rondônia foi perdido e que deveria repetir no estado todos os procedimentos de consulta e realização de exames, para no futuro, receber a intervenção cirúrgica que precisa.
Em 6 de setembro de 2023, após uma consulta, Ana deu entrada com o pedido de colonoscopia na Fundhacre e até a data da gravação da entrevista, na terça-feira (7) não havia data marcada para realização do exame. Além disso, de acordo com ela, exames de imagens foram constantemente remarcados por problemas em máquinas do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia – INTO.
Ao lado de um ar-condicionado que funciona apenas como ventilador, sentada na mesma cama onde passa a maior parte dos dias deitada e com dor em um dos dois únicos cômodos da pequena casa, a mãe de quatro filhos lamenta não ter mais para comemorar. “O dia das mães chegou e eu não tenho muito o que comemorar. Minha filha e minha mãe morreram à espera de atendimento especializado, exatamente na mesma situação me encontro agora. Tenho quatro filhos que precisam de mim e preciso de uma cirurgia para resolver meus problemas, já não vivo mais, estou vegetando em cima da cama”, disse Ana Cristina.
A reportagem do ac24horas entrou em contato com a assessoria da Fundhação Hospital questionando sobre a demora para a chamada para a realização do exame de colonoscopia de Ana Cristina. Cerca de 20 minutos depois do questionamento, Ana recebeu uma ligação da instituição avisando-a de que o exame está marcado para o próximo dia 20 de maio.
Com dificuldade para bancar os medicamentos que precisa e para pôr comida na mesa, Ana Cristina pede a solidariedade e contribuição da população. Seu número de contato é o 68 99208-9704.