‘Síndrome do lobisomem’: entenda condição rara que afeta menina

Imagem: Reprodução

No TikTok, viralizam diferentes vídeos da menina Adik Missclyen, de 2 anos, que nasceu como uma rara condição conhecida como hipertricose generalizada congênita. Popularmente, o quadro é chamado de “síndrome do lobisomem” ou de “lanugem universal”, já que pelos “estranhos” crescem por todo o corpo, incluindo o rosto.


A criança com a síndrome do lobisomem nasceu na cidade de Bintulu, na Malásia, segundo o jornal AsiaOne. Apesar do estigma que envolve a condição, os pais garantem à menina uma vida completamente normal — a síndrome não atrapalha o desenvolvimento e nem provoca complicações de saúde.


A seguir, veja imagens da menina com a síndrome do lobisomem:



Recentemente, a menina visitou a Rainha da Malásia, Tunku Azizah. Na ocasião, a autoridade a nomeou como “uma criança do céu” por sua condição tão rara e quase única. Ela também se disponibilizou a cobrir os custos necessários para a criação.



Na história, são poucos os casos descritos na ciência da síndrome do lobisomem. E nem todos os pacientes receberam os cuidados necessários. Há o caso emblemático de Alice Elizabeth Doherty (1887-1933), dos Estados Unidos. Por conta da condição, a criança cresceu sendo uma atração de freak show.


O que é a síndrome do lobisomem?


Segundo pesquisadores do Sri Ramachandra Medical College and Research Institute, na Índia, a síndrome do lobisomem é “caracterizada pelo crescimento excessivo de pelos sem estimulação androgênica [de hormônios sexuais]”. A definição foi publicada na revista International Journal of Trichology.


Os pelos grossos podem crescer por todo o corpo, com diferentes espessuras, desde o nascimento, ou se concentrar em áreas específicas, como a face. Este último caso é o que parece ocorrer com a menina Adik. Na maioria das vezes, a síndrome não tem relação com outras doenças.


“Embora não seja uma condição clínica grave, a questão estética para a criança pode ser imensa”, afirmam os pesquisadores indianos. Por isso, o recomendado é que tanto os indivíduos quanto os familiares recebam acompanhamento psicológico.


Tratamento para hipertricose generalizada congênita
Para o tratamento, a única solução disponível é a remoção dos pelos. Inclusive, existe a remoção à laser, que destroi os folículos capilares ricos em melanina. No entanto, “a sua utilização em crianças pré-púberes não foi extensivamente estudada”, explicam os pesquisadores.


Para os cientistas, a condição ainda é considerada um “enigma” e decifrá-la depende de mais pesquisas com os indivíduos que têm a síndrome do lobisomem.


Origem da condição associado aos pelos


A origem da hipertricose generalizada congênita ainda não foi descoberta. Uma das hipóteses conecta o quadro com a ativação dos genes associados ao crescimento excessivo de pelos no corpo, comum nos antepassados do homem moderno, o que pode ocorrer ainda no útero. Isso ajudaria a explicar o porquê de algumas vezes a condição ser transmitida de pai para filhos, de forma hereditária.


Fonte: International Journal of Trichology e AsiaOne | Terra


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