Ícone do site Ecos da Noticia

Impasse geopolítico faz G20 financeiro terminar sem divulgação de comunicado

Um impasse dos países do G20 sobre como tratar dos conflitos geopolíticos atuais impediu a divulgação de um comunicado da primeira reunião financeira do grupo das 20 maiores economias do mundo.


“Como acontece com alguma frequência, muitas vezes o comunicado não é possível”, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que presidiu os dois dias do encontro.


“Havíamos nutrido a esperança de que temas mais sensíveis à geopolítica fossem debatidos exclusivamente no grupo diplomático, entre os sherpas. Imaginávamos que essa divisão poderia acontecer”, disse Haddad.


Sem detalhar, o ministro explicou que o impasse geopolítico diz respeito aos conflitos que atualmente estão curso. Hoje, o mundo convive com duas guerras que atraem mais atenção do Ocidente: na Ucrânia e na Faixa de Gaza.


O ministro explicou que houve impasse com o mesmo tema na reunião de chanceleres realizada no Rio de Janeiro.


“Não houve consenso no Rio, e isso acabou contaminando a discussão em São Paulo”, disse, ao lembrar que no G20 do ano passado houve avanço com concordância em como o grupo trataria das guerras em curso.


“Mas agora houve um recuo em relação ao que havia sido conseguido”, disse.


Apesar do fracasso na costura de um consenso geopolítico, o ministro da Fazenda destacou que houve concordância nos temas financeiros – assunto para o qual a reunião foi organizada.


“Todos os temas na discussão financeira foram enfrentados e conseguimos redigir”, disse. Apesar dessa concordância, não houve comunicado divulgado após a reunião em São Paulo.


Sobre a proposta brasileira de taxar os bilionários, o ministro brasileiro disse que “ninguém se manifestou contrariamente”.


Apesar dessa primeira recepção não ter sido negativa, Haddad reconheceu que alguns membros do G20 preferem concluir outras mudanças na área tributária.


“Uma parte quer focar primeiro (as mudanças) do Pilar 1 e Pilar 2 antes de abrir uma nova frente”, disse.


Haddad disse que, mesmo com esse cenário, o Brasil mantém a posição de que quer discutir o tema. “Nossa intenção é abrir o horizonte”, disse.


Sair da versão mobile