O Atlas da Violência 2023, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), revela que o número de agravos de notificação de violência interpessoal de pessoas de 60 anos ou mais de idade apresentou varação de 250% de 2011 a 2021 no Acre. Em 2011, foram 16 agravos notificados e, em 2021, 56.
“Os dados apresentados nos fazem concluir que os idosos têm sido expostos a inúmeras situações de negligência e atos de violências relacionadas ao acesso aos serviços e condições de saúde e de mortalidade. Essas dificuldades ficam ainda mais acentuadas nas análises quando levamos em conta o viés racial”, diz o Ipea.
A taxa de violência interpessoal aumentou 170,1% no Brasil entre 2011 e 2021. Mato Grosso do Sul, Pernambuco e Roraima apresentaram as mais altas taxas para o período. Contudo, chama atenção o aumento substancial das taxas dessas notificações nos estados de Sergipe (1.479,6%), Ceará (1.025,5%) e Pará (1.015,4%) para o período estudado.
Para enfrentar ao menos em parte o problema dos idosos, o governo do Acre sancionou nesta segunda semana de janeiro a Lei 4.329 que dispõe sobre medidas preventivas e protetivas para evitar atos de violência patrimonial e financeira contra pessoas de 60 anos ou mais.
Anualmente, o Atlas da Violência lança um relatório atualizando os dados de violência no Brasil. O trabalho é feito em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Como nas anteriores, busca-se retratar a violência no Brasil, principalmente, a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. São informações sobre homicídios analisadas à luz da perspectiva de gênero, raça, faixa etária, entre outras.
O Atlas da Violência pode ser acessado aqui: https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/9350-223443riatlasdaviolencia2023-final.pdf