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Em três meses, cresce número de endividados em Rio Branco

Cartão de crédito, conta de luz, cheque pré-datado, carnê de loja, cheque especial, prestação de carro, carnê de loja. Estas são algumas dívidas que causam inadimplência e deixam as famílias negativadas. Em Rio Branco, uma pesquisa do Fórum Empresarial de Inovação e Desenvolvimento do Acre revela que 63% das famílias têm alguma conta a pagar.


O levantamento foi feito em parceria com a Fundação de Apoio e Desenvolvimento ao Ensino, Pesquisa e Extensão Universitária do Acre (Fundape), que ouviu 390 pessoas no mês de novembro. A pesquisa mostra que houve aumento em relação ao último levantamento, em agosto, quando o percentual de endividados era de 61,5%.


Os pesquisadores perguntaram sobre o tipo de dívidas dos entrevistados, o tempo do endividamento, a idade dessas pessoas e os valores. O levantamento, feito pela economista e professora da Universidade Federal do Acre (Ufac), faz parte do último capítulo do 6o Boletim de Conjuntura Econômica. O objetivo do estudo é identificar o perfil e nível de endividamento e inadimplência das famílias.


“A realização dessa pesquisa é de grande importância para levantamento de informações, incentivar a reflexão sobre o tema e a proposição de soluções pelos agentes públicos e privados. Afinal, após o endividadas e/ou inadimplentes, as pessoas se concentram no pagamento da dívida e acabam se tornando mais cautelosas com seus gastos, ou seja, o consumo de bens e serviços, reduzindo a demanda e podendo afetar negativamente os negócios e o crescimento da economia do município”, destaca o estudo.


Do total de entrevistados endividados, 51% declarou que as dívidas tinham menos de 30 dias.


Outros 28% afirmaram que o endividamento superava o tempo de 90 dias. Além disso, 33% das pessoas ouvidas estavam negativadas, ou seja, a empresa credora já havia solicitado a inclusão do consumidor no cadastro de inadimplentes.


Cerca de 67% disseram que não sabiam se estavam negativados. Dos que confirmaram que estavam com o nome ‘sujo’, 70% foram negativados pelo Serasa e outros 30% pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).


Os entrevistados negativados pelo Serasa têm dívidas bancárias, como empréstimos não pagos, cheque especial, entre outras modalidades de pendências. Já as pessoas com o nome no SPC têm débitos com lojas.


E o cartão de crédito é o deixa as famílias mais endividadas. Conforme a pesquisa, 46% dos entrevistados contaram que o principal débito é com o cartão de crédito. Outros 41% devem mais contas de água, luz e gás.


Há ainda dívidas com carnê de lojas (16%), cheque especial (3%), prestação de carro (11%), prestação de casa (6%), outras (19%).


Perfil dos devedores


Os pesquisadores da Fundape analisaram ainda o perfil dos endividados. O levantamento revela que as mulheres (55%) devem mais que os homens (43%).


Sobre a faixa etárias dessas pessoas, 22,36% tem entre 30 a 39 anos, 20,33% entre 40 a 49 anos, os que têm entre 25 a 29 representam 17,07% dos pesquisados. Já o percentual de endividados com idade entre 18 e 24 anos é de 19,51%, de 50 a 64 anos correspondem a 15,45% e de 65 a 84 anos a 5,28%.


Deve quanto?


Os entrevistados foram questionados ainda sobre o valor das dívidas. Do total de pessoas ouvidas, 33% disse que deve entre R$ 2,5 mil a R$ 7,5 mil, outros 29% acima de R$ 7,5 mil, 14% dos entrevistados têm débitos com valores entre R$ 1.000,01 a R$ 2,5 mil.


Mais de 70% dessas pessoas possuem renda familiar mensal de até três salários mínimos. No grupo de famílias com renda de três a cinco salários mínimos, a pesquisa destaca que a proporção de negativados é de 14%, enquanto no grupo de renda de cinco a dez salários mínimos o percentual foi de 10%. Apenas 2% dos entrevistados ganham mais de dez salários mínimos.


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