Familiares de detentos no presídio Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco, fazem manifesto nas ruas do centro de Rio Branco, nesta segunda-feira, 2. Desta vez, em relação a outras manifestações no mesmo local, há um preparo para o movimento incomodar mais e por mais tempo.
No lugar da ocupação da avenida Ceará e da esquina com as ruas Marechal Deodoro e Rui Barbosa, como é tradicionalmente feito, os familiares de encarcerados interditaram também a travessa Fausto Robalo, o que deixou dezenas de veículos sem ter por onde retornar.
Quando, enfim, os veículos conseguiram desocupar a rua Rui Barbosa pela contramão, o movimento, vendo que não havia trânsito a ser interrompido, interromperam as interdições.
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Protesto deixou o trânsito congestionado – Foto: Whidy Melo
Na praça Oscar Passos, dezenas de fardos de água, refrigerante e salgados, forneceram hidratação e alimentação para a “reposição”dos integrantes do movimento. Com o estabelecimento do trânsito, as ruas devem ser interditadas novamente, prendendo outros veículos na rua Rui Barbosa. Sem se dar conta disso, as autoridades de trânsito acabaram liberando as ruas.
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Há um preparo para o movimento incomodar mais e por mais tempo – Foto: Whidy Melo
As táticas colocadas em prática nesta segunda-feira, no centro de Rio Branco, demonstram que os manifestantes aprenderam a lidar com os dois fatores que faziam cessar as manifestações naturalmente, depois de um tempo: a falta de visibilidade dos movimentos, já que depois de certo tempo de interdição, as autoridades isolam a área, deixando as interdições sem sentido; o cansaço proporcionado pelo longo período no calor, a fome, e a sede, que fazia com que o grupo de manifestantes baixasse a guarda e as interdições fossem desfeitas.
Do que se trata a manifestação?
Segundo os familiares, em geral, mães e esposas dos presos, as exigências são; a troca da empresa fornecedora de alimentação e a consequente melhoria do serviço, a permissão da entrada de medicamentos, o cumprimento das solicitações de atendimento médico, a troca da visita da quarta-feira para o fim de semana.
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Foto: Whidy Melo
Para os manifestantes, a reclamações frequentes sobre a alimentação e a falta de melhoria dá a entender que a situação só mudaria com a troca da empresa responsável. Há relatos de que mesmo com medicamento disponível no presídio, as solicitações de medicamento e consulta médica na unidade não são atendidas pelos agentes penitenciários. A visita na quarta-feira é entendida pelos familiares como uma medida administrativa tomada para dificultar a presença das famílias no presídio, já que se dá em dia útil.