Ex-prefeito de cidade de MG é preso suspeito de matar esposa em quarto de hotel

O ex-prefeito da cidade de Catuji, em Minas Gerais, Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, foi preso neste sábado (2) suspeito de matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos, em um quarto de hotel localizado em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo. O dois moravam na cidade mineira Teófilo Otoni, mas estavam hospedados no local. No quarto ao lado, estava o motorista do casal, identificado como Robson Gonçalves dos Santos, de 52 anos, que também foi preso pelo crime. A Polícia Civil já investiga o caso como feminicídio e homicídio, respectivamente.


De acordo com dados da plataforma do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Fuvio foi prefeito de Catuji por dois mandatos consecutivos. O primeiro, em 2012, recebeu 4.051 votos. No segundo, em 2016, 3286.


Juliana era médica em Teófilo Otoni e o pai dela, Samir El-Aouar, é ex-prefeito da cidade e atua na mesma profissão.


Nas redes sociais, o ex-prefeito celebrou a data do casamento com a médica no dia 17 de novembro de 2018.


O crime

 


Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, foi prefeito de Catuji, em Minas Gerais, e está preso suspeito de matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Fuvio Luziano Serafim, de 44 anos, foi prefeito de Catuji, em Minas Gerais, e está preso suspeito de matar a esposa médica Juliana Pimenta Ruas El Aouar, de 39 anos. — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Juliana Pimenta Ruas El Aouar foi encontrada morta na manhã de sábado (2) em um quarto de hotel de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, onde o casal estava hospedado.


De acordo com o boletim de ocorrência, o cenário encontrado pelos peritos foi o quarto toda revirado, sangue nas roupas de cama e a médica toda machucada.


Consta ainda no documento que os peritos encontraram vidros de remédios quebrados e a janela do quarto onde o casal estava aberta, o que levou os profissionais a verificaram se se havia sido jogado para fora do espaço.


Os peritos encontraram, então, um medicado de uso controlado, indicado como agente anestésico único para procedimentos cirúrgicos e diagnósticos que não necessitem de relaxamento muscular esquelético no estacionamento do hotel, exatamente embaixo do quarto do casal.


No atestado de óbito da médica, as causas da morte apontadas são:


Hipoxemia (baixa concentração de oxigênio no sangue)


Asfixia mecânica


Broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas, tais como alimentos e saliva, na via respiratória)


Traumatismo cranioencefálico (lesão física ao tecido cerebral que, temporária ou permanentemente, incapacita a função cerebral)


 


Segundo a Polícia Militar, uma equipe foi acionada para verificar a informação de que teria acontecido um homicídio nas dependências do hotel. Quando os policiais chegaram ao local, o gerente do estabelecimento disse aos militares que havia uma hóspede em um quarto com o marido e, em outro quarto, estava o motorista do casal.


Ainda de acordo com o relato aos policiais, o gerente do hotel disse que, durante a madrugada, outros hóspedes reclamaram de barulho e bagunça no quarto do casal. Já pela manhã, Fuvio compareceu à recepção do estabelecimento, bastante alterado, querendo pagar a conta, alegando que a esposa estava passando mal e teria desmaiado. Neste momento, foi feito contato com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que constatou o óbito no local.


Ex-prefeito e motorista com versões diferentes

 


Marido de médica de MG e motorista do casal foram presos pela morte da profissional em hotel do ES — Foto: PC/Divulgação

Marido de médica de MG e motorista do casal foram presos pela morte da profissional em hotel do ES — Foto: PC/Divulgação

De acordo com boletim, o marido da médica e o motorista do casal deram versão diferentes sobre a morte de Juliana.


Consta no documento que um agente da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Colatina compareceu ao local do fato para realizar as diligências. Ao questionar Fulvio sobre o que teria acontecido dentro do quarto, o esposo relatou que a médica teria passado por um procedimento cirúrgico em um hospital particular da cidade na sexta-feira (1º), e que, após isso, os dois teriam ido a uma churrascaria. Segundo o esposo de Juliana, ela estava feliz e ambos foram dormir às 20h.


O marido da médica ainda relatou que, quando acordou por volta de 8h de sábado, encontrou a esposa desmaiada na cama, possivelmente já morta, e foi orientado pelo Samu a colocá-la no chão do quarto para tentar reanimá-la.


Em contrapartida, ainda segundo o boletim de ocorrência, o motorista do casal relatou uma versão diferente, no qual teria sido chamado pelo marido de Juliana para ir ao quarto onde os dois estavam hospedados, pois a média havia caído no banheiro e precisava de ajuda.


Segundo a Polícia Militar, o marido da mulher e o motorista do casal foram encaminhados à Delegacia Regional de Colatina.


Prisão em flagrante

 


A Polícia Civil que os dois homens foram presos em flagrante. O marido de Juliana, Fulvio Luziano Serafim, foi autuado por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, cometido contra a mulher por razões da condição de sexo feminino (feminicidio).


Já o motorista do casal, que não teve a identidade revelada, foi autuado em flagrante por homicídio qualificado por motivo torpe mediante recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido.


Os dos homens foram encaminhados ao sistema prisional do Espírito Santo.


Ainda de acordo com a corporação, o caso seguirá sob investigação.


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