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Empresa chinesa Trip.com pagará US$ 140 milhões a funcionários para terem filhos

A empresa chinesa Trip.com, uma das maiores agências de viagens on-line do mundo, está introduzindo novos subsídios para puericultura no valor de 1 bilhão de yuans (US$ 138 milhões) para incentivar seus 32 mil funcionários a terem filhos.


Os trabalhadores que estão na empresa há pelo menos três anos receberão um bônus anual de 10 mil yuans (US$ 1.376) para cada recém-nascido todos os anos, desde o primeiro aniversário da criança até os cinco anos de idade. A política entrou em vigor no sábado (1º).


“Através da introdução deste novo benefício de puericultura, pretendemos fornecer apoio financeiro que incentive nossos funcionários a começar ou aumentar suas famílias sem comprometer suas metas e realizações profissionais”, disse o presidente executivo da Trip.com, James Liang, em comunicado na sexta-feira.


O anúncio da Trip.com segue iniciativas semelhantes de empresas chinesas menores e ocorre quando o país enfrenta uma crise demográfica.


A população da China encolheu em 2022 pela primeira vez em mais de 60 anos, com apenas 6,77 nascimentos por 1.000 pessoas – a menor taxa de natalidade desde a fundação da China comunista em 1949.


O país é agora a segunda nação mais populosa do mundo, tendo ficado para trás da Índia, segundo a Organização Nações Unidas (ONU).


Pequim cancelou sua política de “filho único” de décadas em 2015, permitindo inicialmente que casais tivessem dois filhos. Mas depois de um breve aumento em 2016, a taxa de natalidade nacional continuou a cair.


A questão é uma preocupação fundamental para legisladores, pois pode ter implicações intensas para o país. Isso aumenta o problema do envelhecimento da população, pode afetar o crescimento econômico e reduzir a receita tributária e as contribuições para um sistema previdenciário que já está sobrecarregado.


Na Trip.com, todos os funcionários em tempo integral que trabalharam para a empresa por três anos se qualificarão para o bônus, independentemente de sexo, cargo ou local de trabalho, disse a empresa em um segundo comunicado em chinês.


“Sempre sugeri que o governo desse dinheiro às famílias com filhos… para reduzir os custos familiares com a criação dos filhos e ajudar mais jovens a realizar seu desejo de ter vários filhos”, disse Liang no comunicado.


“As empresas também podem desempenhar um papel dentro de suas próprias capacidades para construir um ambiente reprodutivo favorável”, acrescentou.


Existem outros exemplos. A Beijing Dabeinong Technology, uma empresa agrícola, disse no ano passado que daria um bônus em dinheiro de 90 mil yuans (US$ 12.391) aos funcionários se eles tivessem um terceiro filho, segundo a mídia estatal, incluindo o China Securities Journal.


Dar à luz um primeiro ou segundo filho levaria a pagamentos de 30 mil yuans (US$ 4.130) e 60 mil yuans (US$ 8.260), respectivamente, disseram os relatórios.


No mês passado, a QiaoYin City Management, uma empresa de serviços de limpeza urbana, anunciou que ofereceria um bônus de 100 mil yuans (US$ 13.759) aos funcionários que dessem à luz um terceiro filho.


A medida visava reduzir o fardo financeiro das famílias de jovens funcionários e responder ao apelo do governo para incentivar os nascimentos, disse a empresa.


A queda na taxa de natalidade não é a única preocupação de Pequim. Menos pessoas na China também estão se casando, o que pode agravar o problema.


Cerca de 6,83 milhões de casais se casaram em 2022, de acordo com dados divulgados pelo Ministério de Assuntos Civis da China no início deste mês.


Isso representa uma queda de cerca de 10,5% em relação aos 7,63 milhões de casamentos registrados em 2021 e é o número mais baixo já registrado desde que o ministério começou a publicar os dados em 1986.


Os legisladores relaxaram ainda mais os limites de nascimentos em 2021, permitindo três filhos, e intensificaram os esforços para incentivar famílias maiores, inclusive por meio de um plano lançado no ano passado para fortalecer a licença-maternidade e oferecer deduções fiscais e outras vantagens para as famílias.


Mas esses esforços ainda não produziram resultados em meio às mudanças nas normas de gênero, ao alto custo de vida e educação e à incerteza econômica.


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