O União Brasil vai alertar o governo Lula que, se a troca no Ministério do Turismo não for feita, a infidelidade do partido às propostas do governo pode aumentar.
A legenda já havia recebido o sinal verde para trocar a ministra Daniela Carneiro, de saída do União Brasil, pelo deputado Celso Sabino (União Brasil-PA).
Agora, a dança das cadeiras sofre pressão e pode emperrar nesta semana, até Lula negociar uma saída com o marido da ministra, o prefeito de Belfort Roxo, Waguinho (Republicanos). Os dois devem se encontrar nos próximos dias.
Depois de tudo acertado na legenda que, por enquanto, não é nem um pouco fiel a Lula, o PT do Rio e aliados do governo passaram a pressionar pela manutenção da ministra e lembram que Celso Sabino apoiou o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os líderes do União Brasil alegam que, se esse for o critério, o governo deveria deixar de se aproximar do presidente da Câmara, Arthur Lira, e demitir vários assessores nomeados em postos de segundo escalão que também foram bolsonaristas.
Já no Ministério da Saúde, os partidos do Centrão, para garantir o apoio do grupo do presidente da Câmara, Arthur Lira, ao governo, seguem pressionando pela troca da ministra Nísia Trindade.
Agora, para tentar convencer o presidente Lula, que resiste à mudança, os aliados de Arthur Lira dizem que não indicariam um político para o posto, mas um médico ou médica. E já falam até na médica Ludhmila Hajjar.
Ela chegou a ser indicada para o mesmo posto pelo Centrão durante o governo Bolsonaro, mas o ex-presidente não topou por considerá-la técnica demais e que seguia a linha da ciência. Hajjar é uma médica muito conceituada na área.
Enquanto as coisas não estão totalmente acertadas na política, os dados positivos na economia animam o governo.
O dólar fechou a semana passada em queda, a Bolsa subiu, a inflação ficou abaixo de 4% e o país pode crescer 2% neste ano.
Os números positivos na economia aumentam o otimismo no Palácio do Planalto para melhorar a popularidade do presidente Lula, que registrou queda segundo a última pesquisa Ipec, e aumentar o poder de fogo do governo no Congresso para enfrentar as votações e atrair mais apoio no Legislativo.
Além dos dados positivos na economia, o governo está focando agora na classe média, depois de lançar programas voltados para a baixa renda, como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.
Lançou oficialmente o Desenrola Brasil, para refinanciar dívidas de pessoas com o nome negativado, e o programa para baratear carros, caminhões e ônibus.
Pela pesquisa Ipec, a avaliação ótima e boa de Lula caiu de 39% para 37%, enquanto a ruim e péssimo subiu de 26% para 28%. Regular foi de 30% para 32%. Dados comparando a pesquisa de abril com junho. Em março, a avaliação ótima ou boa era de 41%. Enquanto a ruim e péssima era de 24%. Ou seja, entre março e agora houve um aumento de quatro pontos em cada um dos segmentos.