Às 15h deste sábado, 1º de abril, o Rio Acre atingiu os 17,59 metros, ficando a 4 centímetros de uma das maiores cotas históricas já registradas. Em 2012, o manancial registrou 17,63 metros, apenas três centímetros abaixo da até então maior cheia, a de 1997, cuja cota máxima foi 17,66 metros.
Em 2015, no entanto, ocorreu uma enchente sem qualquer precedente na história acreana, quando o icônico rio atingiu inacreditáveis 18,40 metros em Rio Branco. De lá para cá, passaram-se 8 anos sem que ocorresse uma alagação dentro das proporções que se vê em 2023.
Na atual enchente, o Rio Acre transbordou em Rio Branco na última quinta-feira (23), se mantendo em elevação constante desde então, atingindo cerca de 56 mil pessoas em cerca de 40 bairros. O número de famílias afetadas soma 972, com cerca de quase 3 mil pessoas desabrigadas.
As famílias desalojadas, ou seja, aquelas que saíram de suas residências por conta própria – sem a intervenção das equipes da Defesa Civil – e se abrigaram em casas de parentes ou amigos, chegam a 1,3 mil, ou 4,5 mil pessoas em 40 bairros e 27 comunidades ribeirinhas.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Rio Branco teve 529,8 milímetros de chuvas em março, sendo que a média para o mês é de 285,6 milímetros, ou seja, choveu nesse período quase o dobro que o previsto. Os dias mais chuvosos foram 23 e 24, quando o acumulado chegou a 187,2 mm em 48 horas.
O Inmet também voltou a emitir alerta laranja de chuvas intensas para todo o Acre a partir deste sábado com validade até às 10h deste domingo (2). A previsão é de chuva entre 30 e 60 mm por hora ou 50 e 100 mm por dia, com ventos intensos que podem chegar de 60 a 100 km por hora.
