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Dólar fecha em alta e vai a R$ 4,93, após sequência de quedas na última semana

O dólar fechou a sessão desta segunda-feira (17) em alta, em dia relativamente vazio nos mercados internacionais e de visita do chanceler russo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Além disso, investidores continuam a monitorar eventuais sinais sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e sobre o avanço do debate fiscal no Brasil.


Ao final da sessão, a moeda norte-americana avançou 0,43%, cotada a R$ 4,9362. Veja mais cotações.


Na sexta-feira, o dólar teve seu quarto dia consecutivo de queda (0,23%), cotado a R$ 4,9151 e renovando o menor patamar em 10 meses. Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular perdas de 2,58% no mês e de 6,44% no ano.


O que está mexendo com os mercados?

 


O movimento de alta do dólar nesta segunda-feira veio em linha com a valorização da moeda no exterior e ganhou força conforme investidores seguem atentos à próxima reunião de política monetária do Federal Reserve, no início de maio.


Cresceram para cerca de 85% as chances implícitas em contratos futuros de juros de que o banco central dos EUA eleve os custos dos empréstimos em 0,25 ponto percentual no encontro. Por outro lado, a maior parte dos mercados acredita que esse será o último ajuste no atual ciclo de aperto do Fed, o que tem pressionado o dólar globalmente nas últimas semanas.


Na agenda nacional, o destaque ficou com o encontro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o chanceler russo, Sergei Lavrov. De acordo com o governo brasileiro, a guerra entre Rússia e Ucrânia deve ser um dos temas da visita do ministro russo.


A vinda de Lavrov a Brasília ocorre em meio a um momento em que a postura de Lula na política internacional tem despertado contrariedade nos Estados Unidos. O petista criticou a postura dos americanos, de fornecerem armas para a Ucrânia, e disse que o país precisa parar de incentivar a guerra. Lula também responsabilizou a Ucrânia pelo conflito.


Os Estados Unidos, ao contrário, veem a Rússia como responsável pela guerra e, desde o início, comandaram a imposição de sanções econômicas ao país presidido por Vladimir Putin.


Sobre o quadro fiscal, o governo informou que deve enviar o texto do novo arcabouço ao Congresso ainda nesta semana.


Entre os indicadores, o foco esteve com o boletim Focus do Banco Central, em que os economistas do mercado financeiro elevaram a estimativa de inflação deste ano, de 5,98% para 6,01%. Foi a terceira alta seguida no indicador. Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro subiu de 4,14% para 4,18% na semana passada.


Para o crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 2023, a expectativa do mercado financeiro recuou de 0,91% para 0,90% na última semana. Já para 2024, a previsão de crescimento caiu de 1,44% para 1,40%.


Além do Focus, o BC divulgou o Índice de Atividade Econômica (IBC-BR), considerado a “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB). Em janeiro, houve pequena queda de 0,04% na comparação com dezembro do ano passado.


Na comparação com janeiro do ano passado, informou o Banco Central, o indicador do nível de atividade registrou crescimento de 3,03%. Em 12 meses até janeiro, o IBC-Br apresentou crescimento de 3%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal.


Ainda na agenda, os preços ao produtor ampliaram as perdas em abril e levaram o Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) a registrar taxa negativa tanto na comparação mensal quanto no acumulado em 12 meses, informou nesta segunda-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV).


Os dados mostraram que o índice geral caiu 0,58% neste mês, depois de subir 0,05% em março. A deflação mensal foi a primeira desde novembro passado (-0,59%). Em 12 meses, a queda é de 1,90%, a primeira taxa negativa desde março de 2018 (-0,02%). Até março deste ano, o índice mostrava alta de 1,12% e, nos 12 meses até abril de 2022, saltava 15,65%.


Na China, o destaque ficou com os dados de preços de moradias, que subiram em março no ritmo mais rápido em 21 meses. Sinais de recuperação dos lucros corporativos também seguem alimentando o otimismo dos mercados antes da divulgação de dados econômicos do primeiro trimestre.


Na Europa, as bolsas também fecharam em alta nesta segunda-feira, com os investidores mais tranquilos depois da divulgação de bons resultados de bancos americanos na semana passada. As expectativas sobre a próxima decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), no entanto, seguem como pontos de atenção.


No domingo (16), a presidente da instituição, Christine Lagarde, afirmou que a crise bancária recente não deveria resultar em uma redução das taxas de juros pela instituição.


“Não temos que reduzir (os juros). Porque realmente temos que medir o que vai sair destes acontecimentos financeiros recentes”, disse Lagarde durante coletiva de imprensa com o canal de notícias CNN.


 


Lagarde ainda disse que considera fundamental observar em que medida os bancos endurecem ou não as condições creditícias. “Se não emprestarem demais e gerenciarem seu risco, poderia diminuir nosso trabalho para reduzir a inflação (…) Mas se ajustarem demais o crédito, o crescimento vai pesar demais”, explicou.


Já nos EUA, a secretária do Tesouro, Janet Yellen, disse que é provável que os bancos do país se tornem mais cautelosos e passem a restringir ainda mais o crédito após a recente crise de confiança nas instituições do país, o que possivelmente deve afastar a necessidade de mais aumentos das taxas de juros pelo Federal Reserve.


Ela disse que isso levaria a uma restrição de crédito na economia, o que “poderia ser um substituto para mais aumentos de taxas de juros que o Fed precisa fazer”. Para Yellen, porém, ainda não há nada “suficientemente dramático ou significativo” no horizonte para alterar sua perspectiva econômica.


“Então, acho que a perspectiva continua sendo de um crescimento moderado e um mercado de trabalho forte contínuo, com a inflação caindo”, disse.


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