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Esteatose hepática: conheça a doença silenciosa de Jojo Todynho

Jojo Todynho, 26, está mais saudável do que nunca. A cantora está compartilhando sua nova rotina de cuidados com a saúde em seus perfis nas redes sociais. Além de desejar emagrecer para futuramente se tornar mãe, como revelou recentemente, Jojo mudou seu estilo de vida por uma questão de saúde. Isso porque recebeu o diagnóstico para esteatose hepática, condição conhecida como acúmulo de gordura no fígado.


Por que a esteatose hepática é considerada silenciosa? 

O Dr. Rafael Nicastro, médico cirurgião do aparelho digestivo, explica que, na grande maioria das vezes, a doença não apresenta sintomas, por isso é silenciosa. Quando surge na forma sintomática, dor no abdômen e cansaço são os sinais mais comuns.


É importante se manter atento, destaca o médico, pois o principal risco é evoluir para a forma grave da doença (insuficiência hepática). O quadro também pode evoluir para cirrose. Já o acometimento de outros órgãos depende do grau da doença e do tempo de evolução, além da doença/distúrbio de base associado à esteatose hepática. A cirrose hepática pode até resultar em câncer de fígado, além de aumentar as chances de infartos e derrames.


Por isso, é preciso levá-la a sério e individualizar o tratamento, alerta o especialista. Segundo ele, é sempre indispensável buscar o auxílio de um profissional capacitado para o adequado tratamento dessa doença.


A relação com consumo de álcool e obesidade

A esteatose hepática é a primeira lesão a ocorrer em quem tem ingestão significativa de álcool, mesmo em indivíduos que não são considerados alcoólatras. A incidência ocorre em 90% de quem bebe álcool em excesso, afirma Yago Fernandes, médico atuante em endocrinologia do Instituto Nutrindo Ideais e especialista em emagrecimento e hipertrofia. “A maior parte da metabolização do álcool é feita pelo fígado. Conforme o álcool é metabolizado, substâncias tóxicas são produzidas pelo próprio organismo”, detalha.


Ao mesmo tempo, as gotículas de gordura se acumulam nas células do fígado, chamadas de hepatócitos, tornando essas células insuficientes. A evolução da esteatose hepática é a inflamação do fígado, chamada de hepatite alcoólica, que atinge de 10% a 35% das pessoas. Nos casos mais graves, desenvolvem a cirrose, que atinge cerca de 10% a 20% dos que consomem bebidas alcoólicas de forma abusiva. A lesão causada pela cirrose é irreversível, podendo precisar de transplante hepático, adverte o especialista.


Tratamento da esteatose hepática

Yago afirma que não existe tratamento definitivo para a esteatose hepática. E, segundo ele, os médicos recomendam mudanças justamente como as que Jojo tem feito. Isto é, alimentação saudável e prática de exercícios físicos para controlar o excesso de peso, a resistência à insulina, os níveis de colesterol e triglicérides e a pressão arterial.


O emagrecimento gradual é consequência de um estilo de vida saudável, prática de exercício físico regular e dieta equilibrada. Todas essas coisas levam à estabilização da doença e deixam o estilo de vida saudável sustentável. Já o tratamento cirúrgico é exclusivo para casos graves que evoluem com cirrose e insuficiência hepática. Nesses casos, é necessário o transplante de fígado.


As funções do fígado no organismo

O fígado é responsável por mais de 500 funções no nosso corpo como, por exemplo, desintoxicar o organismo, produzir colesterol, sintetizar proteínas e armazenar energia (o glicogênio – estoque de glicose no fígado e músculo).


Ele também é o órgão responsável por produzir a bile, um composto que ajuda no processo de eliminação de toxinas e na digestão dos lipídios. Ou seja, a presença de um pouco de gordura no fígado é absolutamente normal. Mas quando o índice de infiltração ultrapassa 5% do seu volume, a situação começa a se complicar, explica Yago.


Outro fator é que o fígado é responsável por metabolizar a gordura corporal. Então, se os hepatócitos já estiveram inflamados e cheios de gordura, não conseguiram metabolizar o restante da gordura do organismo, agravando a esteatose.


Com a incapacidade de funcionamento normal dos hepatócitos, o fígado deixa de exercer algumas de suas funções, desequilibrando a homeostase (equilíbrio) corporal. O quadro pode levar a alterações no colesterol (aumento de LDL e diminuição de HDL), agravamento do diabetes, aumento de pressão arterial, aumento da circunferência abdominal e até câncer, como já citado acima.


Fonte: Saúde em dia


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