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Sem espaço de lazer na Cidade do Povo, crianças convivem com o medo e a violência

Praça da Juventude foi inaugurada em dezembro de 2014 e está tomada pelo mato. Secretaria de Obras diz que vai mandar equipe para verificar se houve vandalismo no local.

Pouco mais de três anos depois de inaugurada, uma das praças da juventude construídas no conjunto habitacional Cidade do Povo está tomada pelo mato. Sem espaço de lazer, crianças que vivem no local relataram que crimes são frequentes no bairro.


Uma equipe da Rede Amazônica Acre esteve no local e mostrou a situação do parque infantil, da praça e até do prédio onde funcionaria uma delegacia que estão depredados.


A Secretaria de Obras informou que vai enviar uma equipe ao local para verificar se houve vandalismo. Sobre possível revitalização do local para que fique adequado às crianças e jovens, a secretaria não deu uma resposta.


Já com relação à falta de segurança no local, a Secretaria de Segurança Pública não deu uma resposta até a publicação desta reportagem.


Os 7,6 mil metros quadrados que deveriam servir para prática esportiva, para o lazer e para promoção de práticas culturais, estão tomados pelo mato. A delegacia nem chegou a ser inaugurada. Nos vestiários até o teto foi destruído.


Diante da situação, o futebol da criançada precisa ser improvisado e na rua. Questionado se sente falta da praça, um dos meninos que brincava de bola na rua disse que no bairro não tem nada para agradar as crianças.


“Claro que sinto falta, é uma praça de esporte para nós, as quadras até amassaram, não sei como. Não tem nada aqui que agrade nós (sic)”, disse o menino.


“De primeiro, até tinha. A gente jogava bola, tinha jiu-jitsu de tarde, capoeira à noite, mas agora, do jeito que está, nem luz tem”, relatou outra criança.


O único prédio da praça da juventude que ainda funciona é o chamado território livre, cultura, esporte e lazer. Ele está com janelas quebradas. O prédio só abre para a realização de algumas oficinas. O resto do espaço, que custou R$ 2,6 milhões aos cofres públicos, só serve para acumular lixo e abrigar viciados.


Quadras esportivas na Cidade do Povo estão tomadas pelo mato (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Quadras esportivas na Cidade do Povo estão tomadas pelo mato (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


Violência e medo

Além do relato das crianças, a presença da violência também pode ser percebida pelas marcas deixadas nos espaços. Em um dos muros do prédio que deveria funcionar uma delegacia, é possível observar várias marcas de tiros. Em frente ao prédio, inclusive, uma pessoa foi executada.


“Levou três tiros na cabeça. E teve também na parada, que mataram uma menina de 18 anos de tiro na cabeça. Quando a moto veio, voltou e começou os tiros”, relatou uma criança.


As execuções fazem parte do cotidiano dos meninos e meninas que vivem na Cidade do Povo. As crianças fazem os relatos com muita naturalidade, e com a consciência de que não podem ser identificadas. O medo impera na comunidade.


Entre as pichações nas paredes, é possível ver uma ameaça de morte. “É bem complicado, mas a gente leva, né?”, disse uma menina.


Sem alternativa, a comunidade convive com a insegurança e com cada vez menos chances de ver crianças e jovens longe da criminalidade.


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