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Após quase 2 anos, mais da metade dos museus do Departamento Histórico do Acre seguem fechados

Maior parte dos espaços de memórias é do interior do estado. FEM diz que todos os locais estão em processo de licitação, mas não há prazo para reabertura.

Enquanto as obras para tornar o antigo prédio do Colégio Meta, no Centro de Rio Branco, em um espaço de memória podem chegar a R$ 20 milhões, outros oito museus seguem fechados para visitação por tempo indeterminado no Acre, segundo o Departamento de Patrimônio Histórico e Cultural.


Ao todo, o Acre tem 24 museus, segundo o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). Desses, 14 são coordenados pelo Departamento Histórico e mais da metade estão com as portas fechadas para visitação ou reformas desde 2015 e não possuem prazo para reabrir.


  • Confira aqui a lista completa dos museus no Acre

A maior parte dos espaços de memória fechados está nos municípios. Em Brasileia, o museu Sala de Memória Wilson Pinheiro deve passar por reforma. Segundo a presidente da Fundação Elias Mansour (FEM), Karla Martins, o local foi destruído pela enchente do Rio Acre em 2015.


“Esse espaço funciona no terreno de um sindicato e lá eles fizeram uma sessão para a gente reformar. Esse espaço é do sindicado, eles que cuidam, mas como é um espaço de memória e de documento, nós fazemos essa manutenção”, diz.


Casa de Chico Mendes deve reabrir em 27 de junho, segundo FEM (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

Casa de Chico Mendes deve reabrir em 27 de junho, segundo FEM (Foto: Caio Fulgêncio/G1)


Já em Xapuri, seguem fechados o Memorial do Seringueiro, Café Regional e Casa do Artesão. Karla explica que a Casa Chico Mendes deve ser reaberta em 27 de junho após mais de dois anos em reforma e, com isso, esses outros espaços que ficam no entorno também devem voltar a funcionar pois são terceirizados.


“Quando a Casa Chico Mendes foi transformada em patrimônio, nós desapropriamos as três casas no entorno que foram transformadas nesses espaços, mas funcionam de uma outra forma. Desapropriamos, pois não basta a casinha espremida entre o espaço, a ideia não era essa”, explica.


Os museus de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul também seguem fechados, conforme o patrimônio. A presidente da FEM diz que os dois estão em processo de licitação e no caso de Sena Madureira faltava apenas a cessão do terreno que era da igreja.


Em 2015, o Museu da Borracha, em Rio Branco, estava fechado havia mais de um ano por problemas elétricos, o espaço permanece fechado sem data para reabertura. Outros museus da capital acreana seguem abertos, mas devem passar por reforma e manutenção, como o Memorial dos Autonomistas, Palácio Rio Branco, Casa dos Povos da Floresta e O Casarão.


Casa Povos da Floresta, em Rio Branco, deve passar por reformas (Foto: Quésia Melo/G1)

Casa Povos da Floresta, em Rio Branco, deve passar por reformas (Foto: Quésia Melo/G1)


“As obras em todos os municípios seguem em processo licitatório pela Comissão de Licitação Permanente (CLP). Somente a Sociedade Recreativa Tentamen e Biblioteca da Floresta ainda não estão com licitação para reformas e modernização. Após isso, vamos acompanhar o projeto de revitalização desses espaços. Ainda não há prazos definidos para abertura”, diz.


Aleac pede informações sobre construção de novo museu

As obras do antigo prédio do Colégio Meta, no Centro de Rio Branco, foram iniciadas após a desapropriação do local ser concluída no ano passado para se tornar um espaço de memória, o “Museu Povos Acreanos”.


No dia 14 de junho, a Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) aprovou um requerimento da deputada estadual Eliane Sinhasique (PMDB-AC) em que são solicitadas informações a respeito da obra.


O documento pede detalhes sobre a desapropriação do colégio, laudo de avaliação, valores e origem do recurso para o investimento que pode chegar a R$ 20 milhões. A deputada diz que o governo tem 15 dias úteis após a data de protocolo no governo.


“Esse dinheiro poderia ser usado para revitalizar os espaços já existentes, mas também temos outras prioridades, como as obras na área da saúde. Queremos saber se já pagou desapropriação, que também é um absurdo, e outras informações que comprovem a importância e relevância desse investimento”, diz.


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