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Em nota, RBFC repudia declarações dos apresentadores da Globo em Santa Catarina

Foi por meio do Facebook que o time do Rio Branco Futebol Clube repudiou os comentários do apresentador Raphael Faroco e do comentarista Roberto Alves, ambos da RBS TV (Rede Globo), na qual define as como declarações “desrespeitosas e preconceituosas”. A extensa nota foi publicada na página oficial do time na última sexta-feira (17).


Tudo começou na última quinta-feira (16), quando o Figueirense (time de Santa Catarina) foi surpreendido e acabou eliminado ainda na primeira fase da Copa do Brasil ao ser derrotado por 1×0 para o Rio Branco. No dia seguinte, no “Jornal do Almoço”, Roberto Alves afirmou que o clube de Santa Catarina havia perdido para um time “vice-campeão de um estado que não tem nada a ver com futebol” e Raphael Faraco emendou, “jogadores trabalham, inclusive”.


Não demorou muito para que a diretoria do clube acreano manifestasse tal indignação. O clube da terrinha comentou a respeito da estrutura do clube, dos títulos conquistados e também de grandes jogadores revelados lá, como o goleiro Weverton, campeão olímpico com a seleção brasileira. Além disso, também se lembrou do jornalista Armando Nogueira, nascido no estado.


O time também responde às afirmações feitas por Raphael Faraco, de que os jogadores teriam outros trabalhos, e afirma que eles são dedicados “exclusivamente ao futebol”, e aproveita para ironizar o apresentador ao afirmar que se ele “fizesse apenas uma rápida pesquisa no site oficial, conheceria todo o elenco”.


Leia na íntegra a nota assinada pela diretoria do clube acreano:


A diretoria do Rio Branco Football Club vem, por meio desta nota, mostrar sua profunda indignação com os comentaristas esportivos do Estado de Santa Catarina, sobretudo com o comentarista Roberto Alves, que mostrou o seu desconhecimento e faltou com respeito para com o Rio Branco Football Club e com o Estado do Acre. Em seu comentário a respeito da vitória do Estrelão sobre o Figueirense no “Jornal do Almoço”, da RBS TV SC, afiliada da Rede Globo, o senhor Roberto Alves, indignado com a derrota e eliminação do clube conterrâneo para a nossa equipe, afirmou que o Rio Branco é “quase amador” e que o Estado do Acre “não tem nada a ver com futebol”.


Bem, senhor Roberto Alves, fazer futebol em nossa região é, certamente, muito difícil, mas buscamos fazer tudo com o mais completo profissionalismo que o futebol atual nos exige. Nosso clube possui 97 anos de muita história e tradição, sendo, inclusive, dois anos mais velho que o Figueirense Futebol Clube. Nesse período, conquistamos 45 estaduais, 3 Copas da Amazônia e uma Copa Norte de 1997, nos credenciando como a primeira equipe do Norte a disputar um torneio oficial internacional. Também em 1997, o Rio Branco terminou na 8ª colocação da Copa do Brasil, ficando atrás somente de 7 campeões brasileiros. Temos um Centro de Treinamentos na capital acreana, com academia, piscina, refeitório, vestiários, departamentos médico e fisioterapeutico, alojamentos, tudo adequado para receber quaisquer atletas. Temos, ainda, uma escolinha de futebol que recebe cerca de 400 crianças e adolescentes. Será que um clube “quase amador” possui estas estruturas citadas? Mas não para por aí. Temos, também, dentro de nosso CT, um belo memorial sobre todos esses 97 anos de história. Aproveitamos o seu desconhecimento para fazer um convite a nos visitar e visitar o nosso memorial.


Ao jornalista Raphael Faraco, que comentou a respeito de nosso elenco ter outras profissões, nossos atletas treinam duro, todos os dias, durante 2 períodos do dia, como qualquer equipe profissional se prepara. Temos objetivos claros no ano e avançar na Copa do Brasil era uma dessas metas. Não caímos de pára-quedas e nem formamos um elenco “às pressas”. Tudo foi planejado e com jogadores profissionais, que trabalham exclusivamente com futebol e dentro do clube. Se você, Raphael Faraco, com o profissionalismo que sua profissão exige, fizesse apenas uma rápida pesquisa em nosso site oficial, conheceria todo o nosso elenco, teria a ficha completa dele e veria que, dentre os 28 jogadores que o compõem atualmente, há atletas que estavam atuando na Europa e Ásia; atletas oriundos e com passagens por equipes de tradição do país como o Grêmio de Porto Alegre, Guarani e Ituano de São Paulo, Cruzeiro de Minas e até do próprio Figueirense, como o nosso goleiro Jean Drosny, revelado pelo próprio Furacão do Estreito. Além dos jogadores profissionais, temos em nossa comissão o técnico Cristian de Souza, que por anos foi funcionário e treinador das categorias de base do próprio Figueirense. Parece que a falta de profissionalismo não está em nosso clube, não é mesmo?


Para finalizar, senhor Roberto Alves, sobre sua fala de que nosso estado do Acre “não tem nada a ver com futebol”, além do breve resumo da história do nosso clube feito acima, respondemos citando, para não ficar muito longo, apenas alguns dos recentes jogadores que saíram destas terras de Galvez, como Artur de Oliveira, revelado pelo nosso clube que brilhou com a camisa do Porto de Portugal, atuando também no Figueirense; Adriano Louzada, que também fez sucesso em Portugal e vestiu as camisas de Palmeiras, Cruzeiro e outros grandes clubes do país; Doka Madureira, cria do nosso Estrelão e que hoje é, “somente”, o camisa 10 do Istanbull Basaksehir, atual líder do Campeonato Turco; sem falar de Weverton, do Atlético-PR e Seleção Brasileira, que trouxe para todos nós o primeiro ouro olímpico do país e que é, atualmente e de forma incontestável, um dos melhores goleiros do Brasil. Mas para sermos ainda mais justos, concluímos citando alguém de sua área. É daqui, do Estado que “nada tem a ver com futebol” que saiu o maior cronista esportivo do país, o gigante e saudoso Armando Nogueira, do qual o senhor com certeza já deve ter ouvido falar, não é mesmo?


Bem, senhor Roberto Alves, cremos que são provas irrefutáveis de que temos MUITO a ver sim com futebol. Nós acreanos somos apaixonados por esse esporte tanto quanto qualquer outro estado brasileiro e fizemos por merecer a vitória na última quarta-feira. Conquistamos a classificação dentro das quatro linhas e com um belo futebol, dominando a partida do início ao fim, com um time organizado e profissional. Portanto, não aceitamos este tipo de comentário desrespeitoso e preconceituoso. O mínimo que se espera de um cronista esportivo é a demonstração de respeito com as instituições. Sentimos muito pelo seu desgosto em ver nosso clube avançar diante de sua equipe conterrânea. Mas fazer o que, não é? Isso é o futebol. Apenas aceite.


Mais respeito daqui para frente. Ainda há tempo de o senhor aprender a ter. Saudações.


A Direção


Rio Branco Football Club


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