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Mercado Velho foi primeiro prédio público em alvenaria de Rio Branco

Parte importante da história da cidade de Rio Branco, o Mercado Municipal, que com o tempo ficou conhecido como Mercado Velho, foi o primeiro prédio público de alvenaria da capital acreana. Construído em 1929, no governo de Hugo Carneiro, o prédio foi revitalizado em 2006, na gestão de Jorge Viana, onde passou a ser chamado de Novo Mercado Velho. O local funciona no Centro da cidade.


Com 87 anos de existência, o mercado conta com dezenas de comerciantes e artesãos que vendem desde comidas típicas a artigos religiosos. Além disso, quem visita o Novo Mercado Velho encontra bares, lojas de ervas, cafés, lojas de artesanato e pensões.


O historiador Marcus Vinícius conta que até a construção do mercado, as pessoas pensavam que era impossível construir imóveis em alvenaria em Rio Branco e todas as casas e prédios eram feitos de madeira. Segundo ele, as pessoas achavam que, por ter um solo sem pedras e argiloso, o local não era propício para esse tipo de construção.


“Esse mito se estabeleceu em todo o processo de formação da cidade, até que um governador muito ousado, Hugo Carneiro, decidiu desafiar essa lenda e o lugar que ele escolheu foi logo a beira do rio. Esse foi o primeiro mercado público e o primeiro prédio público da cidade”, afirma Vinícius.


Com o tempo, o mercado foi sendo “engolido em um processo de degradação intenso”. De acordo com o historiador, os comerciantes passaram a abrir barracas e lojas pequenas em volta do local até que, há dez anos, passou por limpeza e revitalização. Vinicius diz que a reforma fez com que as pessoas voltassem a ter contato com o rio.


Aos 78 anos, artesão do Mercado Velho faz tarrafa desde os oito
O artesão Antônio Viana Almeida, de 78 anos, trabalha no mercado há 53 anos. Inicialmente, ele conta que vendia produtos de esporte e confecção e depois passou a comercializar produtos de pesca. Entre os itens que Almeida vende está a tarrafa que ele mesmo tece e que aprendeu aos oito anos de idade.


“Comecei a trabalhar cortando seringa desde os meus cinco anos. Aos oito, minha mãe me ensinou a fazer as tarrafas que hoje vendo. Ensinei para meus sete filhos, mas nenhum quis dar continuidade ao trabalho. Levo 15 dias para produzir uma tarrafa, que custa de R$ 200 a R$ 450”, diz o artesão.


Almeida afirma que presenciou várias mudanças das quais o mercado passou ao longo dos anos. Segundo ele, assim que se instalou no local, o comércio vivia cheio de pessoas para comprar os produtos e também tinham muitos vendedores. O artesão diz que desde a reforma, o movimento e as vendas caíram significativamente.


“Quando cheguei aqui, esse calçadão era todo cheio de barracas de madeira. Isso aqui era um formigueiro de gente. O comércio era arrojado, até porque era um dos únicos locais. Hoje tem muitas opções e isso aqui morreu, está morto o comércio. Quem vem comprar agora é gente do interior do estado e pessoas que já compravam comigo há muito tempo”, afirma o comerciante.


Loja de ervas tem mais de mil itens
Há mais de 50 anos atuando no Mercado Novo Velho, a loja de ervas da Luzirene Nogueira de Alencar, de 66 anos, tem mais de mil itens. Ela conta que precisou tocar o negócio sozinha há quatro anos, após a morte do esposo que era o dono do local. Ela afirma que todos os produtos são naturais e medicinais.


Atenciosa, a comerciante diz que precisou estudar bastante para aprender sobre os produtos e poder dar continuidade sozinha ao negócio. Segundo ela, no local além de vender ervas, ela comercializa cascas, óleos, engarrafados, sementes e outros coisas.


“Meu esposo foi o primeiro a vender produtos naturais, como ervas aqui em Rio Branco. Trabalhei com ele quase 20 anos, que foi o tempo que ficamos casados. Aqui no mercado mudou muito com o tempo, ficou muito melhor e mais bonito. Mas, por outro lado, o movimento diminuiu bastante. O mercado não deixa de ser a sobrevivência da gente”, diz Luzirene.


A maioria dos produtos vendidos na loja da comerciante é do Acre e, segundo ela, o que não tem no estado é pedido de fora. Uma pessoa que trabalha para a comerciante há dez anos é responsável pela retirada das cascas, sementes e folhas de algumas árvores que são vendidas na loja. Os preços dos produtos variam de R$ 3 a R$ 70.


 


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