Duas aeronaves militares venezuelanas sobrevoaram uma embarcação da Marinha americana em águas internacionais, segundo o Pentágono, uma nova escalada entre os dois adversários após os EUA atingirem uma lancha que supostamente transportava drogas do país.
Os caças venezuelanos armados sobrevoaram o destróier norte-americano USS Jason Dunham no mar do Caribe, conforme afirmou um oficial dos EUA à agência de notícias Reuters.
“Esta manobra altamente provocativa foi planejada para interferir em nossas operações antinarcóticos”, afirmou o Pentágono. Além disso, disse que o “cartel” que comanda a Venezuela está “fortemente aconselhado” a não interferir em nenhuma outra operação dos EUA.
O Pentágono não forneceu imediatamente mais informações, como a proximidade dos jatos com o navio americano ou onde exatamente o navio americano estava localizado quando o incidente ocorreu. O Ministério da Informação da Venezuela não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário
Dias antes, os EUA haviam atingido uma suposta embarcação de tráfico de drogas no Mar do Caribe, que, segundo eles, vinha da Venezuela, matando todas as 11 pessoas a bordo, em um ataque que gerou críticas nacionais e internacionais pela aparente morte de civis. Os EUA enviaram vários navios com cerca de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais para o Caribe, no que autoridades descreveram como um esforço para reprimir o narcotráfico.
As medidas geraram especulações de que o presidente Donald Trump — que prometeu não envolver os EUA em mais conflitos internacionais — estaria tentando tirar o presidente Nicolás Maduro do poder. Na quinta-feira anterior, Maduro foi à televisão estatal e convocou todos os reservistas militares a se mobilizarem para seus escritórios comunitários locais.
O sobrevoo ocorreu no mesmo dia em que o secretário de Estado Marco Rubio visitou o Equador em uma viagem com o objetivo de angariar apoio para a campanha de pressão dos EUA. Rubio afirmou que os EUA estavam preparados para mais ataques desse tipo contra a Venezuela e sinalizou que estavam dispostos a tomar medidas ainda mais agressivas.
“Continuaremos a caçar, como sempre fizemos, mas desta vez não vamos apenas caçar traficantes de drogas ou seus pequenos barcos rápidos e dizer: vamos tentar prendê-los”, disse Rubio a repórteres em um briefing. “O presidente disse que quer declarar guerra a esses grupos porque eles vêm nos declarando guerra há 30 anos e ninguém respondeu.”
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, e Rubio defenderam o ataque dos EUA e alertaram que mais ataques podem ocorrer, afirmando que o governo americano pretendia enviar uma mensagem aos traficantes de drogas.
Horas depois, o governo Trump ordenou o envio de 10 caças F-35 para o Caribe para realizar operações contra cartéis de drogas, disseram duas fontes dos EUA à Reuters. Eles irão à base aérea em Porto Rico, próximo à região onde navios de guerra americanos estão mobilizados.
(com Bloomberg e Reuters)