Os furtos de fios de telefone, especialmente os que contêm cobre, têm se tornado um problema crescente na fronteira com a Bolívia. A prática, que antes ocorria predominantemente durante a noite, agora acontece em plena luz do dia, sem que os autores demonstrem preocupação com a ação policial ou a presença de testemunhas.
Na manhã deste domingo (15), na Avenida Santos Dumont, em frente à Igreja Católica de São Sebastião, na cidade de Epitaciolândia, moradores registraram um flagrante. Um homem subiu em um poste para cortar os fios, enquanto um casal acompanhava tranquilamente a ação. Após o furto, o trio deixou o local sem ser abordado, levando os fios que serão vendidos por poucos reais ou trocados por drogas do lado boliviano.
Os furtos, além de causarem prejuízos às empresas de telefonia, geram transtornos para milhares de pessoas que dependem de telefone fixo e internet. “Estamos sem conexão há dias por causa disso. É revoltante ver que eles agem com tanta liberdade”, desabafou um morador da região.
Considerados crimes de menor potencial ofensivo, os furtos de fios são julgados pelos Juizados Especiais Criminais, que buscam resolver os casos de forma rápida e com foco na reparação dos danos às vítimas. No entanto, as punições são brandas: os suspeitos podem receber penas alternativas, suspensão condicional do processo ou, em muitos casos, são liberados após audiências de custódia em menos de 24 horas.
Essa realidade contribui para a reincidência dos crimes. “Eles são presos e soltos no mesmo dia. A sensação de impunidade só cresce, e quem paga o preço somos nós, cidadãos”, comentou outro morador.
A atuação de dependentes químicos no furto de fios ressalta a complexidade do problema, que vai além da criminalidade comum e envolve questões sociais. Enquanto isso, moradores e comerciantes da região continuam enfrentando prejuízos, enquanto cobram das autoridades medidas mais enérgicas para combater os crimes e proteger os serviços essenciais na fronteira.
Por ora, a onda de furtos segue, prejudicando a comunidade e expondo a fragilidade do sistema de segurança pública na região fronteiriça.