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Dólar deixa máximas, mas fecha acima dos R$ 5,60 e sobe 3% na semana: o que explica?

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Reuters/Yoriko Nakao/Direitos Reservados

O dólar fechou a última sessão da semana novamente acima de R$ 5,60, impulsionado pelas preocupações dos investidores com o equilíbrio fiscal no Brasil, ainda que no exterior a moeda norte-americana cedesse ante a maior parte das demais divisas de emergentes nesta sexta-feira.


O dólar à vista fechou em alta de 0,55%, cotado a R$ 5,6156. Na semana, a divisa acumulou ganhos de 2,92%.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial subiu 0,50%, a R$ 5,615 na compra e na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,43%, a R$ 5,6215.


Na quinta-feira, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,04%, cotado a R$ 5,5849.


Dólar comercial

Dólar turismo

O que aconteceu com o dólar hoje?

A moeda norte-americana chegou a oscilar em baixa ante o real no início da sessão, em sintonia com a maior acomodação da divisa dos EUA no exterior após a divulgação de dados considerados neutros da inflação ao produtor.


O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos EUA em setembro ficou estável, ante expectativa de alta de 0,1% de economistas ouvidos pela Reuters.


Pouco depois do PPI, às 9h32, o dólar à vista marcou a cotação mínima de R$ 5,5593 (-0,46%) no Brasil. Mas durante a manhã o dólar escalou patamares bem mais altos ante o real, atingindo a máxima de R$ 5,6543 (+1,24%) às 10h52.


Por trás do movimento estavam novamente preocupações em torno do equilíbrio fiscal brasileiro — fator que também sustentou o forte avanço das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) nesta sexta-feira.


“Estamos em trajetória de alta de juros por aqui e de queda nos EUA. Então o carry trade para o Brasil está muito atrativo e temos ainda os estímulos (à economia) da China, o que coloca tudo a favor do real”, comentou durante a tarde Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.


No carry trade, investidores tomam recursos em países com taxas de juros baixas e reinvestem em países como o Brasil, onde a taxa de juros é maior. O fluxo de entrada de recursos no país tende a jogar as cotações do dólar para baixo.


“Só que o gringo não está entrando. Apesar dos fatores macro para termos um real mais forte, há uma coisa engasgada no mercado: o fiscal”, acrescentou Massote.


As preocupações com o equilíbrio fiscal permearam os negócios apesar de não terem surgido novidades de impacto nesta área nos últimos dias. Na manhã desta sexta-feira o presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu entrevista a uma rádio de Fortaleza, mas suas declarações não fugiram do roteiro recente.


Lula defendeu que a ampliação da faixa de isenção de imposto de renda, para até 5 mil reais, seja compensada pela taxação dos mais ricos, repetindo declarações recentes do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.


Os receios com o equilíbrio fiscal brasileiro sustentaram o dólar no Brasil nesta sexta-feira a despeito de, no exterior, a moeda norte-americana estar em baixa ante divisas pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.


Em relação às divisas fortes, o dólar sustentava leves ganhos. Às 17h21, o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – subia 0,04%, a 102,930.


Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 14.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão para rolagem do vencimento de 2 de dezembro de 2024.


Para André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online, após dados de varejo e de serviços mostrando desaceleração, somados a uma inflação que pode ser interpretada como relativamente benigna, o Copom pode optar por um aumento de juros mais brando do que alta de 0,5 ponto percentual na reunião de novembro.


“Até aqui, o que se tinha era que o Copom seria ‘obrigado’, a operar um aumento de juros mais forte diante de uma taxa de desemprego que está na mínima da série histórica para o período, e de dados de atividade antecedentes, como os PMIs de setembro, que mostram uma recuperação forte na economia brasileira”, avalia. Para o consultor, não surpreenderia se o Copom adotar uma postura mais cautelosa e subir a Selic em 0,5 ponto. “Mas diante da incerteza de qual será o caminho que o Copom vai tomar na próxima reunião em novembro, o mercado tem agido de forma mais volátil e acaba influenciando a cotação da moeda americana em reais”, conclui.


Os mercados ainda aguardam uma importante coletiva de imprensa do Ministério das Finanças da China no sábado, em que devem ser detalhadas algumas das medidas fiscais a serem adotadas pelo governo para impulsionar a economia, o que pode estimular moedas de países exportadores de commodities.


 


 


 


 


(com Reuters)


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