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Dólar cai 1,2%, para R$ 5,57, após dados fomentarem cenário de corte de juros nos EUA

O dólar fechou em forte queda ante o real nesta quinta-feira (5), à medida que investidores avaliam novos dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que são importantes para a definição do corte de juros pelo Federal Reserve (banco central dos EUA) neste mês.


A pesquisa sobre vagas de emprego no setor privado americano trouxe dados abaixo dos 145 mil previstos por uma pesquisa da Reuters. Com isso, reforçou alguns temores do mercado sobre uma desaceleração agressiva da economia norte-americana, com um esfriamento do mercado de trabalho mais forte do que o esperado, que permitiria um corte de juros mais intenso.


Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial caiu 1,22% no dia, a R$ 5,571 na compra e na venda. O dólar futuro de próximo vencimento (DOLc1) teve uma perda maior, de 1,30%, a 5.594,70 pontos.


Na quarta-feira, o dólar à vista fechou em leve baixa de 0,08%, cotado a R$ 5,6395. No ano, a divisa acumula elevação de 14,86% ante o real.


Dólar comercial

  • • Compra: R$ 5,571
  • • Venda: R$ 5,571

Dólar turismo

  • • Compra: R$ 5,611
  • • Venda: R$ 5,791

O que aconteceu com o dólar hoje?

A moeda norte-americana se firmou em baixa ante o real nesta quinta-feira (5) ainda nos primeiros minutos da sessão, em sintonia com o exterior, onde a divisa também cedia ante outras moedas de emergentes e exportadores de commodities.


O principal gatilho foi o relatório da ADP, indicando que foram abertas 99.000 vagas de emprego no setor privado dos EUA em agosto, o menor número desde janeiro de 2021, contra 111.000 em julho.


Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 145.000 postos de trabalho, após 122.000 em julho, conforme relatado anteriormente.


Os números fizeram os rendimentos dos Treasuries caírem em meio à leitura de que a economia dos EUA pode abrir margem para o Federal Reserve cortar os juros em 50 pontos-base em setembro, e não apenas em 25 pontos-base. Em paralelo, o dólar perdeu força ante as demais divisas no exterior.


No Brasil, o movimento foi intensificado pela percepção de que, enquanto os EUA podem cortar mais os juros, o Banco Central tende a elevar a taxa básica Selic.


A precificação na curva a termo brasileira indicava nesta tarde 90% de probabilidade de alta de 25 pontos-base da Selic este mês e 10% de chance de elevação de 50 pontos-base. Atualmente a taxa básica está em 10,50% ao ano.


“No mundo, o dólar vem perdendo força com este receio de recessão nos Estados Unidos”, comentou Rafael Sueishi, head de renda fixa da Manchester Investimentos. “O mercado já precifica a possibilidade de corte de 50 pontos-base nos EUA e de alta da Selic por aqui. É um diferencial de juros considerável.”


Neste cenário, após marcar a cotação máxima de R$ 5,6505 (+0,20%) às 9h01, na abertura dos negócios, o dólar à vista atingiu a mínima de R$ 5,5699 (-1,23%) às 16h55, pouco antes do fechamento.


No exterior, a expectativa agora recai sobre a divulgação do relatório “payroll” sobre o mercado de trabalho dos EUA, na manhã de sexta-feira (6).


“Se o payroll apresentar uma desaceleração significativa na criação de empregos ou um aumento da taxa de desemprego, a pressão para cortes mais agressivos nos juros (dos EUA) aumentará, o que poderá alterar o panorama econômico global, com impactos diretos no câmbio, nas bolsas e nas expectativas de crescimento para 2024”, pontuou Diego Costa, head de câmbio da B&T Câmbio, em análise enviada a clientes.


No fim da tarde, o dólar seguia em baixa ante a maior parte das demais divisas. Às 17h10 (horário de Brasília), o índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, caía 0,17%, a 101,090.


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