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Brasil tem 7 de Setembro histórico, com vários recordes nas Paralimpíadas

Uma atleta vestindo uma camisa amarela com detalhes verdes, segurando uma medalha dourada e um boneco vermelho. Ela está olhando para cima, com uma expressão de alegria e emoção. A medalha está pendurada em seu pescoço por uma fita vermelha. Brasileira Rebeca Silva comemora ouro durante cerimônia de premiação da categoria J2 acima de 70 kg - Jennifer Lorenzini/Reuters

Foi um 7 de Setembro inesquecível para a delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Paris. O Dia da Independência no Brasil ficará marcado com alguns recordes históricos.


A delegação do país alcançou neste sábado (7) a melhor campanha entre todas as Paralimpíadas, terminando o penúltimo dia de provas com 86 medalhas no total, com 23 de ouro, 25 de prata e 38 de bronze. O número supera com folga as 72 medalhas de Tóquio, com 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes.


Só neste sábado o Brasil conquistou mais 16 medalhas, batendo também a marca de mais pódios em um único dia —que também foi em solo francês, na segunda-feira (2), com 11 pódios.


Modalidades diferentes estiveram entre os destaques, mas o judô se sobressaiu, com três novos campeões na Arena Campo de Marte.


O triunfo da paulista Rebeca Silva contra a cubana Sheyla Estupinan teve um gostinho de vingança na final acima de 70 kg para mulheres (J2).


Estupinan havia derrotado a brasileira na semifinal do Parapan de 2023 em golpe contestado (o juiz havia interrompido a luta antes do golpe, mas considerou a entrada da cubana). “Estava muito engasgada essa vitória, agora desengasgou”, brincou Rebeca, que tem deficiência visual por conta da genética da família.


Já o potiguar Arthur Silva, 32 (que começou a perder a visão aos 2 anos e ficou cego aos 18), derrotou o britânico Daniel Powell no peso até 90 kg, categoria J1, também em luta travada.


Pouco depois, o favorito Wilians Araújo precisou de menos de um minuto para conquistar o ouro entre os atletas acima de 90 kg (J1). O paraibano dedicou a vitória à filha de 1 ano e 7 meses. Depois da luta, o judoca dedicou a vitória à filha Carolina, de 1 ano e sete meses. “É tudo por ela, quero que ela tenha muito orgulho do pai que ela tem, uma pessoa com deficiência que conseguiu vencer através do esporte.”


Wilians perdeu a visão aos 10 anos após uma espingarda disparar acidentalmente.


Em Paris, pela primeira vez o judô separou os atletas em duas categorias de deficiência visual: J1 (cegos totais ou com percepção de luz) e J2 (atletas que conseguem definir imagens).


“Agora, lutando com atletas cegos como eu, ficou mais nítido o tanto que eu trabalho para ter um desempenho bom. Um cego demora mais para evoluir”, afirma Arthur. “Sempre lutei com atletas que tinham bastante visão”, conta.


O judô teve ainda um bronze (Marcelo Casanova, até 90 kg, J2) e uma prata (Erika Zoaga, acima de 70 kg, J1).


Se Wilians dedicou o título à filha, Mariana d’Andrea homenageou o pai, morto há pouco mais de um ano, ao conquistar o ouro no levantamento de peso, categoria até 73 kg, na Arena Porte de La Chapelle.


Em uma prova com cinco recordes paralímpicos, Mariana prevaleceu com a nova marca da prova, 148 kg, e repetiu o título de Tóquio-2020.


Os outros dois ouros do dia vieram do atletismo feminino: Rayane Soares venceu os 400 m, categoria T13, com direito a recorde mundial; já Jerusa Geber apenas igualou a marca paralímpica em seu triunfo nos 200 m, categoria T11 (ambas as classes são para deficientes visuais).


A modalidade teve ainda outros pódios no dia, incluindo um duplo nos 200 m da T37 (com Ricardo Mendonça e Gabriel Costa).


Depois de perder nos pênaltis para a Argentina, o futebol de cegos conquistou um bronze para os esportes coletivos ao vencer a Colômbia por 1 a 0.


O dia ainda teve prata e bronze na canoagem, com Luiz Carlos Cardoso e Miqueias Elias Rodrigues; e um bronze com Lídia Cruz na natação (50 m costas, S4).


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