Promotores suspeitam de elo entre PCC e pessoas próximas da direção do Corinthians

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O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do Ministério Público de São Paulo, suspeita que exista uma relação entre pessoas próximas da direção do Corinthians e o PCC. A infiltração da maior facção criminosa de São Paulo no tradicional clube paulista deve ser uma próxima etapa de um trabalho iniciado para o caso VaideBet.


Entre as suspeitas, estão a de que a porta de entrada do PCC no Corinthians tenha sido o carnaval. Esse já foi um expediente utilizado pelo crime organizado em outras situações.


Os promotores ouvidos pela CNN ainda apontam que a intenção mais provável da facção seja a lavagem de dinheiro do tráfico de drogas em negócios lícitos. Essa tem sido a estratégia do PCC, revelada em inquéritos que investigam a infiltração da facção no transporte público por ônibus em São Paulo, nos contratos de serviços com prefeituras da região metropolitana e do interior do estado e nas Organizações Sociais que prestam serviços na área da saúde.



As informações recebidas por pessoas de dentro do clube apontam que o elo com o PCC é feito por pessoas ligadas à gestão do atual presidente, Augusto Melo, e de outros nomes da cúpula do Corinthians. Não há até agora, no entanto, nenhum indício concreto de uma ligação direta do presidente com o crime organizado.


Nesta semana, o jornalista Wagner Vilaron, ex-Superintendente de Comunicação do Corinthians será ouvido pelo Ministério Público e pela Polícia Civil. Ele fez parte do início da gestão de Melo no clube.


O inquérito do caso VaideBet, no entanto, só deve ser concluído no final do ano. Neste momento, os investigadores estão analisando uma série de dados bancários obtidos por meio da quebra de sigilo de pessoas e empresas investigadas autorizada pela Justiça.


Uma das pessoas que denunciou a infiltração do crime organizado foi o ex-diretor de futebol, Rubens Gomes, o Rubão. A informação foi reiterada ao MP por outras fontes de dentro do clube. Além do carnaval, a porta de entrada do PCC no Corinthians, se de fato for confirmada, pode ter sido as casas de apostas, torcidas organizadas ou seguranças que trabalham no clube.


Já são cerca de três meses de investigações no caso VaideBet. Com o cerco fechado, os promotores descobriram irregularidades na empresa de intermediação de Alex Cassunde, a Rede Social Mídia, que fez a ponte para o patrocínio da VaideBet com o clube. A casa de apostas rescindiu o contrato com o Corinthias em junho, interrompendo no primeiro semestre uma parceria firmada para durar três anos. O valor total do acordo era R$370 milhões.


A empresa disse que tomou a decisão depois da violação de uma cláusula anticorrupção que estava no contrato. O Corinthians alegou que, da parte dele, todas as negociações de patrocínios se deram de forma legal com empresas regularmente constituídas.


Outro lado

A CNN procurou o Corinthians, que informou que esperará o fim das investigações para se pronunciar.


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